Fugas - Motores

Um diesel de apetites vorazes

Por Carla B. Ribeiro

É o mais potente diesel entre os X6, com o propulsor a debitar 381cv e 740 Nm. E este BMW X6 M50d tem apetites condizentes.

Assim que nasceu, em 2012, já se destacava pelo tamanho. Mas aparentemente não era suficiente e o X6 na última renovação cresceu três centímetros tanto em comprimento como em altura. No entanto, e embora o tamanho conte, estes cinco metros de comprimento quase passam despercebidos a quem segue no seu interior. E a altura superior a 1,70m mal se sente. Excepto quando outros veículos, que reconhecemos como grandes, se colocam ao nosso lado e se transformam em formigas.

O corte coupé do X6, que conseguiu atrair as atenções de uma franja de mercado para os grandes SUV, conspira com o design para quem segue no seu interior ter a falsa sensação de estar dentro de um discreto casulo. Claro que nada mais errado. O porte robusto, aliado a todos os pormenores que enfeitam o X6 com o pacote desportivo M, torna o carro um verdadeiro chamariz.

Embora tenha crescido por fora, por dentro é verificada a mesma habitabilidade da primeira versão, até porque a distância entre eixos manteve-se inalterada nos 2933mm, sendo, porém, observado o crescimento da mala em 10 litros. E se este crescimento para arrumar bagagem faz sentido, o aumento do espaço para os passageiros era totalmente dispensável: à frente, é-se rei e senhor de um assento que prima tanto pelo conforto quanto pelo bom suporte; atrás, três passageiros conseguem encontrar espaço suficiente para não se irem a acotovelar. Além de que a qualquer altura podem decidir esticar as pernas, tal a distância que dispõem em relação aos bancos da frente.

A vida no banco traseiro ganha outra cor com o sistema multimédia com que o carro ensaiado vinha equipado. Por 2146,34€, dois ecrãs incrustados nas costas dos bancos da frente podem ser trabalhados com diferentes soluções de info-entretenimento. Os extras relacionados com a conectividade não se ficam por aqui: há informação de trânsito em tempo real (126,83€), Internet (84,55€) e ligação para aparelhos móveis, via Bluetooth e USB (422,76€). O entretenimento tem o seu expoente no sistema de som surround Bang&Olufsen que se adquire por 3.321,14€.

Por toda a parte encontramos extras e soluções sem as quais até parece que não conseguiríamos viver. Caso do sistema Head-Up Display, que reflecte no vidro as informações sobre o carro e até mesmo sobre a navegação por mais 1170,73€, ou da suspensão adaptável Dynamic (2776,42€), que transforma o carro de acordo com os nossos desejos – mais confortável, mais agressivo, mais suave… E assim vamos vendo a factura a aumentar. É que este é um SUV que praticamente não se nega a nada. Mas também não espera que lhe neguemos coisa alguma. E, no fim das contas, percebemos que todos estes extras levaram a que um modelo, que pode custar desde 118.700€, se salde em 156.396€. Mas a verdade é que sem desembolsar estes 37.696€, com os quais se conseguiria adquirir um familiar médio de qualidade, o X6 M50d não seria a mesma coisa.

No que toca ao comportamento dinâmico do bloco, este é muito semelhante ao já experimentado no X5 M50d. Com 381cv, potência disponível entre as 4000 e as 4400rpm, e um torque de 740 Nm logo a partir das 2000 rotações, nem os 2260 quilos conseguem refrear os impulsos do propulsor de 3.0 litros. A aceleração dos 0 aos 100km/h faz-se em 5,2 segundos, menos uma décima que o X5, facto que não será alheio à diferente dinâmica do carro. A aceleração, além de rápida, é progressiva, podendo atingir os 250 km/h.

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