Ainda assim, confessa sentir uma espécie de nervoso miudinho antes do início da primeira prova do ano, mas não o descreveria como ansiedade, muito menos nervosismo. “Não me lembro de alguma vez me ter sentido nervoso aos comandos de um carro. Estou sempre tranquilo, tranquilo.” Talvez por isso diga nunca se ter visto na situação de perder o controlo, o que lhe dá um grande poder de concentração. E essa é provavelmente a sua maior arma nos traçados: o foco total naquilo que tem pela sua frente.
É também concentrado e sempre tranquilo que acelera aos comandos do Polo GTI enquanto se vai deixando fotografar. Mas continua a torcer o nariz à falta de conforto. Até porque, explica Adruzilo, o facto de incluir a possibilidade de mudar de comportamento para modo desportivo, carregando num botão disponível na consola central, torna desnecessária a dureza que se encontra em modo normal.
A verdade é que o Polo GTI é um carro que se mostra sempre duro, pedindo sempre mais de nós, e não há pedrinha na estrada que não se sinta no corpo. O facto até parece apetecível quando o colocamos à prova em estradas sinuosas de curva e contracurva, mas pode ser um factor de aborrecimento quando pela frente nos espera uma viagem de algumas centenas de quilómetros. “Numa viagem Lisboa-Porto de certeza que se chega maçado ao destino.” Claro que se fosse preciso também o levaria. Afinal, do que Adruzilo gosta mesmo é disto: de conduzir.
PORMENORES
Musical
“O barulho que faz.” Esta é a primeira coisa que ouvimos de Adruzilo Lopes quando perguntamos o que lhe parece que mais se destaca no carro. O ronco produzido é música para muitos ouvidos, os nossos incluídos, sendo um bom reflexo do comportamento do motor e não se notando nenhuma discrepância de tempos entre o que o carro faz e o que o carro pede. “É pena que o barulho não se deixe fotografar”, brinca.
Desconfortável
Para correr, o conforto não é essencial. Mas, para o dia-a-dia, o piloto da ARC Sport não abdica de um carro que prime pela suavidade. E nada naquilo que designa de “filosofia GTI”, que o Polo emana por todos os lados, remete para um comportamento brando. No entanto, Adruzilo não se coíbe de criticar esta característica. Até porque, defende, tendo o carro uma suspensão “Sport Select”, um opcional que custa 256€ e que actua sobre as reacções do acelerador e da caixa, a marca poderia aproveitar para desenvolver o modo normal com vista a uma maior comodidade dos ocupantes.
Competente
Embora seja a responsável pelo facto de a viatura ensaiada apresentar um binário de 250 Nm contra os 320 Nm que se podem encontrar no GTI servido por caixa manual, Adruzilo Lopes considera a caixa automática, uma DSG de sete relações, competente o suficiente para que se consiga tirar partido do que o Polo GTI tem para dar. No entanto, não prescinde de tomar as rédeas e, nas suas voltas, opta por fazer a gestão da mesma de forma manual, recorrendo às patilhas colocadas atrás do volante.
Potente
O propulsor a gasolina de 1.8 litros, de injecção dupla, é um portento que não desilude e que parece estar sempre disponível para dar mais um bocadinho de si quando lhe é pedido. Trata-se do mesmo motor que equipa o Golf GTI mas, Adruzilo não tem dúvidas, numa versão “muito melhor”. Mesmo equipado com caixa automática DSG de sete relações que, em vez dos 320 Nm da versão com caixa manual, revela um binário máximo de 250 Nm. A aceleração dos 0 aos 100 km/h faz-se em 6,7 segundos e atinge uma velocidade máxima de 236 km/h.