Fugas - Motores

Um animal de carga com equipamento sofisticado

Por João Palma

A nova L200 é o último produto de uma história de fabrico de pick-ups pela Mitsubishi, iniciada em 1946 com o modesto triciclo Mizushima. Mas deste à sofisticada e bem equipada L200 Strakar vai uma distância muito superior a 70 anos.

Em finais de Setembro/início de Outubro, será posta à venda em Portugal a 5.ª geração da pick-up Mitsubishi L200. A nova L200, com 80% dos componentes distintos da L200 IV, tem visual actualizado, oferece mais conforto, mais equipamento, é mais resistente e tem melhores performances graças ao novo bloco diesel de 2442cc, com 154cv ou 180cv (nível de emissões Euro 5.5), mais económico e menos poluente. Os preços começam nos 25.550€ da L200 2.4, 154cv, 4x2, cabine dupla (cinco lugares), Invite.

Em Portugal, a versão com tracção traseira traz a variante menos potente do motor 2.4 turbo a gasóleo, com 154cv e 380 Nm de binário. Com tracção integral, poder-se-á optar pela L200 2.4 de 154cv e nível de equipamento base, Invite, com cabine Club (três lugares, 26.500€) ou cabine dupla (cinco lugares, 34.400€) ou pela variante mais potente e sofisticada de 180cv (430 Nm de binário), que adopta a designação Strakar e tem nível de equipamento Intense, custando na configuração de três lugares 28.825€ e na de cinco lugares 37.100€. Todas estas versões da L200 trazem uma nova caixa manual de seis velocidades. O topo de gama, para o qual a Mitsubishi não divulgou preços, será a L200 Strakar 2.4, 180cv, de cabine dupla (cinco lugares), caixa automática de cinco relações e nível de equipamento Instyle.

Fabricada na Tailândia, a nova L200 tem um design inspirado no dos SUV, mais musculado e aerodinâmico (Cd 0,40), sem quebra de continuidade de linhas da cabina à caixa de carga. No interior, espaçoso, predominam os plásticos duros, mas há melhoria na qualidade percebida, de que são exemplo as inserções cromadas na consola central. A versão cabine dupla tem quatro portas normais; na cabine Club as portas têm abertura antagónica (como no BMW i3).

Sendo uma pick-up com 5,2m de comprimento, 1,79m de largura e 1,78m de altura, quem adquire um veículo deste tipo é para o usar em pisos irregulares ou trilhos de média/alta dificuldade, transportando cargas. Não é, pois, de estranhar que na ficha técnica da L200 não venha referida a aceleração dos 0 aos 100 km/h, mas sim as suas capacidades para o todo-o-terreno: ângulo lateral, 45º; ângulo de entrada, 30º; ângulo de saída, 22º; ângulo de transposição de rampas, 24º; altura livre ao solo, 205mm com transposição de lençóis de água até 600mm de profundidade.

Um dos atributos da nova Mitsubishi L200 é o seu diâmetro de viragem, 11,8m (12,7m entre paredes) – uma referência no segmento. Pudemos comprovar a sua utilidade quando, na apresentação internacional à imprensa, num percurso fora de estrada com algum grau de dificuldade, tivemos de fazer uma inversão de marcha a este “monstro” de mais de 5 metros num trilho estreito de montanha, com rochas de um lado e um precipício do outro.

Dispondo de auxílio ao arranque em subida, não possui controlo de descida. Porém, os dois tipos de tracção integral com redutoras permitem controlar o veículo em declives mais íngremes. O mais simples, Easy Select, em conjugação com o motor de 154cv, tem selector de modo de tracção e bloqueio diferencial traseiro. O mais avançado, Super Select 4WD II (o mesmo do Pajero), com bloqueio de diferencial central, é usado na variante de 184cv: por meio de um selector electrónico na consola central podem-se escolher quatro modos de condução: 4x2 Altas (para asfalto); 4x4 Altas (mau tempo); 4x4 Altas com bloqueio de diferencial central (pisos de aderência reduzida); 4x4 Baixas com bloqueio de diferencial central (lama, neve ou areia).

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