Fugas - Motores

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Um pequeno mas vistoso SUV que aposta no requinte

Por Carla B. Ribeiro

Tem por base um citadino, mas não dispensa certos luxos. O Mazda CX-3 acaba de chegar para conquistar o nicho dos pequenos crossovers.

O melhor é desfazer já qualquer equívoco: o 3 no seu nome em nada está relacionado com o Mazda3. A verdade é que por trás do CX-3 está o Mazda2, o pequeno citadino do construtor de Hiroshima, num conceito muito semelhante ao que já aconteceu com o Fiat 500 que deu origem ao 500X, com o Peugeot 208 do qual nasceu o 2008 ou com o Renault Clio que serviu de base ao Captur.

O Mazda CX-3 é um pequeno crossover compacto que se destaca de imediato pelas suas linhas, não passando facilmente despercebido e beneficiando de uma silhueta desportiva e dinâmica. No entanto, é caso para dizer que quem vê olhos não vê coração. E se do lado de fora o CX-3 se impõe com os seus 4275mm de comprimento e 1535mm de altura, no interior é-se surpreendido pelo pouco espaço quer para ocupantes traseiros quer para bagagens.

Três pequenos trolleys couberam mas houve necessidade de retirar a chapeleira. Já no banco de trás sobra pouco espaço para as pernas, sobretudo se quem segue à frente tiver a perna comprida. Arriscaríamos mesmo a dizer que este carro não está pensado para levar passageiros atrás, excepto se se tratar de crianças pequeninas ainda em cadeirinhas próprias. É que não só os viajantes adultos se queixam de cãibras nas pernas como as suas cabeças acabam por roubar a já por si parca visibilidade, prejudicada pelo bonito corte do vidro.

Com tudo isto parecem só defeitos, mas não é verdade. Para quem segue à frente, tanto aos comandos como no lugar ao lado, há espaço de sobra e conforto a rodos devido à qualidade dos materiais com que a Mazda equipou este seu “cavalo de Tróia” para ocupar o nicho dos pequenos crossovers, no qual a tendência continua a ser para assistir a um aumento das vendas.

A qualidade dos materiais e dos acabamentos é transversal a ambas as versões disponíveis em Portugal (Evolve e Excellence), mas o modelo com equipamento topo de gama ensaiado tem muitos truques na manga que justificam a inflação do seu preço: jantes de liga leve de 18’’, faróis em LED, bancos em pele, vidros traseiros escurecidos, sensores de luz, de chuva e de estacionamento com uma muito útil câmara traseira, aviso de saída involuntária de faixa ou sistema áudio Bose.

Em particular para o condutor, o nível de equipamento Excellence revela-se uma mais-valia, assegurando a existência de vários sistemas de auxílio. É o caso do aviso de aproximação de veículos em ângulo morto, do preciso sistema de iluminação adaptativa com controlo automático de máximos ou do cruise control adaptativo. A cereja é a fina lâmina transparente que diante dos nossos olhos passa a informação de tudo o que é mais relevante — o head-up display não exibe apenas a velocidade a que se segue como outras indicações úteis, nomeadamente relativas ao cruise control.

Tudo a postos, é altura de explorar a condução. O CX-3 consegue ser dinâmico q.b. quer em traçados urbanos, nos quais consegue fazer frente aos puros citadinos (não tivesse ele a herança do Mazda2), como em estrada aberta. A resposta, não revelando nenhum portento, é eficaz na maioria das situações, conseguindo efectuar ultrapassagens rápidas o suficiente para que ninguém se sinta em perigo. Em estrada mostra-se muito à vontade em curva, não adornando em demasia. E, em particular nas estradas lusas, nas quais não é incomum encontrar buracos e ressaltos, o carro mostra-se capaz de absorver a maioria dos impactos, não provocando mossa aos ocupantes.

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