Fugas - Motores

Mara Carvalho

Pequenino mas de pêlo na venta

Por João Palma

Já ensaiámos vários Mini, mas a nova versão do Mini John Cooper Works ainda consegue ser melhor que a anterior. É cara? Sim, mas o prazer e as performances que proporciona valem cada cêntimo.

Num teste pequeno, como este, não é comum fotografarmos o carro que conduzimos: utilizamos os arquivos das marcas. Muito menos comum é o repórter fotográfico pedir para lhe tirarmos uma foto junto ao carro. O “culpado” destas invulgaridades é o novo Mini John Cooper Works. Quem escreve estas linhas é um fã do Mini e considera que as ressurreições do Mini original, bem como a do Fiat 500 (agora como carros premium), foram muito felizes. Mas a cereja no topo é este Mini John Cooper Works.

Não há carros perfeitos, mas este faz com que se desprezem todos os contras que apresenta: só tem quatro lugares, a mala não é uma referência, é o mais gastador dos Mini (fizemos uma média de 8,0 l/100km), não é barato (35.600€ de preço-base; 43.945€ o veículo que conduzimos) e, no entanto, é fácil apaixonarmo-nos por ele.

Dizer que é um carro bonito é um eufemismo: preto com duas faixas no capot; tejadilho, spoiler traseiro e capas dos retrovisores em vermelho vivo; a frente com ópticas ovais e as luzes de dia em LED num círculo que envolve os outros faróis e uma cercadura em cromado, tal como a da parte superior da grelha; entradas de ar em favo de mel; a traseira com o escape duplo ao centro e difusor integrado também em favo de mel; as pinças vermelhas dos travões; soleiras em metal a exibirem um dos diversos logótipos John Cooper Works que encontramos espalhados pela carroçaria — tudo isto faz parte de um design desportivo e arrebatador de fazer virar cabeças.

O interior, a condizer com o exterior, junta à elegância e bom gosto de qualquer Mini o espírito desportivo JWC: bancos e volante desportivos, os visores no painel de instrumentos, com destaque para o grande ecrã central que integra o sistema de navegação opcional, a instrumentação típica dos Mini, pedais e descanso do pé em aço inoxidável.

Este novo Mini John Cooper Works é o mais potente de todos os modelos de produção em série da marca do grupo BMW, tendo mais 10% de potência e 23% de binário que o seu antecessor. Sendo o mais potente dos Mini, é também o que consome mais. Em cerca de 900km num percurso variado, obtivemos uma média de 8,0 l/100km.

Uma ressalva: quase nunca usámos o modo económico de condução Green, nem sequer o modo Sport, tendo privilegiado o modo Normal. Por outro lado, nunca tivemos especiais preocupações com uma condução económica — este pequeno diabinho está sempre a tentar-nos. Aliás, se não tivermos cuidado, é fácil pecar, porque a velocidade de cruzeiro deste Mini JCW são os 150 km/h. E se em estrada de montanha, por mais íngreme que seja, é sempre a subir e a acelerar, em auto-estrada é preciso um cuidado extra para que a ira do Senhor, personificada pela BT da GNR, não nos fulmine.

Em auto-estrada, a 120 km/h (palavra que custa, o carro parece parado!), com a eficiente e bem escalonada caixa automática Steptronic de seis relações (com patilhas ao volante para condução em modo manual) que equipava o carro que conduzimos, os consumos situam-se na casa dos 6,5 l/100km. Com esta caixa Steptronic, o Mini JCW consome menos um litro aos 100km que com a caixa manual de seis velocidades.

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