Fugas - Motores

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O luxo também passa por ir a banhos de lama

Por Carla B. Ribeiro

O Discovery Sport, que veio substituir o Freelander 2, é mais que um pequeno todo-o-terreno. É que, além das capacidades versáteis que revela, mostra-se capaz de satisfazer os mais requintados caprichos.

Tanto em imagens como ao longe, a ideia com que se fica é que se trata de um pequeno jipe. Mas tudo se altera assim que nos aproximamos. Os 4,5 metros são bem mais imponentes ao perto e assim que se abrem as portas descobre-se um mundo em que espaço é coisa que não falta e os detalhes de luxo abundam.

É tudo um mimo: desde os materiais até às funcionalidades capazes de cumprir todos e quaisquer desejos. Além do mais, para quem segue aos comandos, essa sensação de pequeno torna tudo mais fácil — a posição de condução é alta e a visibilidade recebe nota máxima. Olhe-se para onde se olhar, não há nada que fique fora do alcance do campo de visão, tornando mais fácil tanto a condução em estrada como sobretudo as manobras. Para os restantes ocupantes também não falta nem espaço nem conforto. Nem sequer para quem segue no banco traseiro, onde três conseguem sentar-se sem quaisquer dificuldades, havendo espaço de sobra tanto para pernas como para passageiros mais altos que não terão de temer roçar com a cabeça no tecto.

Aliás, depois de se conduzir o Range aquilo que se sente é que este novo Discovery Sport é uma cópia fiel mas em tamanho mais reduzido, tornando-se de certa forma mais amistoso. Mesmo sabendo de antemão que a base do Discovery Sport é o Evoque e não o Range. E não é por ser mais pequeno que este (o Range Rover Sport, de 2013, tem “apenas” mais 26cm só de comprimento) que aparenta ser mais frágil — tudo, do interior ao exterior, mostra-se capaz de fazer jus à fama da marca britânica de produzir carros fiáveis e resistentes com atributos que tanto os fazem ser majestosos no asfalto como no meio da lama, não recuando face aos mais temíveis obstáculos. E a sua força, correspondente a um binário máximo de 400 Nm a partir das 1750 rotações, é mais do que suficiente para que o peso de mais de duas toneladas quando com lotação esgotada não seja impedimento para que o carro aproveite bem a potência equivalente a 150cv.

Claro que o seu desempenho é ainda mais evidente tendo em conta o (excelente) uso de uma caixa de velocidades automática de nove velocidades, a ZF, que prima tanto pela suavidade como por uma boa capacidade reactiva. Quer a acelerar, quer a reduzir. E se se tirar proveito de um cruise control muito fácil de usar consegue-se controlar a conta na altura de abastecer: a marca diz que o consumo médio é de 6,0 litros e, com o pé do acelerador bem domado, é possível registar um gasto muito próximo disso, desde que não se ande por terrenos muito acidentados.

Mas o Discovery Sport 2.2 150cv 4x4, com caixa automática, e nível de equipamento HSE, tal como o ensaiado, é muito mais do que boas prestações e melhor espaço. É também um mundo de luxos, entre os quais jantes de 19’’, bancos em couro e acabamentos da consola central e inserções no tablier em alumínio, sem contar com uma lista de opcionais — paga à parte, é certo, mas que transforma este Discovery Sport num outro mundo. Entre os extras, sistema de som Meridian Premium com Rádio-CD, MP3 e 17 altifalantes com subwoofer (1448€), tejadilho panorâmico (1242€), vidros fumados (411€), acesso sem chave (675€), alarme volumétrico (518€), sensor de reconhecimento de sinais de trânsito (284€), sistema de câmaras surround (802€) e sistema de navegação premium, que inclui disco rígido com capacidade para gravar 10 CD, leitor de DVD, controlo por voz e TMC (1399€).

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