Fugas - Motores

Mazda reinventa MX-5 e prepara-se para dar cartas entre os roadsters

Por Carla B. Ribeiro

Desde o seu nascimento, em 1989, o MX-5 gerou paixões, tirando proveito de uma silhueta a lembrar os clássicos britânicos e de uma dinâmica comparável aos ágeis italianos. E nesta 4.ª geração promete não deixar ninguém indiferente.

Renovar um clássico é sempre um risco. Mas, pelas reacções durante a apresentação internacional em Barcelona, esta aposta da marca nipónica tem tudo para dar bons frutos. O MX-5 da Mazda continua a revelar atributos para ser um carro de culto, agora ainda mais bonito, mais divertido e com um comportamento capaz de satisfazer os seus seguidores. Os preços arrancam nos 24.450 euros.

Nesta quarta geração, e depois de somar mais de 950 mil carros vendidos em todo o mundo, a Mazda construiu o que se pode dizer um carro novo sem beliscar sequer o modelo de base. Assim, o MX-5 adopta a nova plataforma SkyActiv (que equipará o Fiat 124 Spider em 2016), que permite um centro de gravidade ainda mais baixo, algo bem notório em curva — estejamos ao volante do 1.5 de 131cv (que substitui o 1.8) ou do mais potente 2.0 de 160cv. Além disso, todo o chassis foi redesenhado a pensar numa maior agilidade e a Mazda recorreu ao uso de alumínio e de aço leve para conseguir uma redução de peso na ordem dos 100 quilos, dependendo da versão.

No que diz respeito às motorizações, estas integram a tecnologia SkyActiv, tornando-as simultaneamente potentes e eficientes. Destaque sobretudo para o novo 1.5, um bloco atmosférico de quatro cilindros, que consegue reduzir a conta final do carro face ao propulsor 1.8 agora forçado à reforma, facto indissociável das políticas fiscais em muitos países, Portugal incluído, e que cumpre satisfatoriamente os requisitos propostos: é confortável de conduzir na malha urbana, suave o suficiente em auto-estrada e tem o seu quê de respondão em curvas sinuosas. E é precisamente neste bloco que residem as maiores esperanças de vendas, com os preços a irem desde os 24.450 até aos 33.250 euros — uma diferença de quase 10 mil euros justificada pelo aumento de equipamento e pelos packs de opcionais, que vão desde os bancos em pele até à inclusão do sistema de navegação ou das luzes de máximos automáticas.

Claro que o 2.0 litros, que também conduzimos, é bem mais apetecível. Em potência, naturalmente, tendo em conta os seus 160cv e um binário máximo de 200 Nm. Mas sobretudo na forma como agarra as curvas, proporcionando uma sensação de segurança impressionante. É ainda de referir que tanto o bloco de 1.5 como o de 2.0 litros obedecem à norma de emissões Euro 6. Já os consumos oficiais situam-se abaixo dos sete litros (6,0 para o 1.5 de 131cv e 6,6 l/100km para o 2.0 de 160cv).

Mas não é apenas na sua silhueta e na sua dinâmica que se encontram os trunfos para voltar a colocar o MX-5 num lugar de destaque entre os roadsters. Um factor a ter em conta é a forma como se consegue seguir de capota para baixo. Afinal, de que vale abrir a capota se a experiência for desastrosa? Mas esse não é o caso do MX-5. Primeiro, sendo manual, a capota é muito fácil tanto de abrir como de fechar. Depois, até em auto-estrada se consegue seguir viagem de cabelos ao vento sem nenhum desconforto. Para isso contribuem os apoios para a cabeça numa posição mais elevada e o trabalho da marca em controlar o vento e os ruídos a céu aberto.

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