Fugas - Motores

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BMW X1 renasce à segunda geração

Por João Palma

A segunda geração do menor SUV da BMW é um veículo distinto do X1 de 2010, sobretudo nas dimensões e na mecânica. Continua, porém, a ser um SUV premium compacto mais vocacionado para o asfalto que para o fora de estrada.

O novo X1, o SUV compacto da BMW, quase que só herdou o nome do seu antecessor de 2010 (renovado em 2012). Agora o motor está montado na transversal e a tracção é dianteira ou total; antes, a colocação do propulsor era longitudinal e a tracção traseira ou total. Com 4439mm de comprimento, 1821mm de largura e 1598mm de altura, está 15mm mais curto, 23mm mais largo, 53mm mais alto que o anterior X1. Guiámos o X1 sDrive 18d com o motor que nos parece mais adequado e equilibrado para este SUV — o 2.0 de 150cv.

É verdade que esta versão custa mais 5250€ que o modelo de entrada, o X1 16d com motor 1.5 tricilíndrico diesel de 116cv (34.950€), mas, embora não o tivéssemos experimentado, não nos parece que o propulsor 1.5 seja suficientemente potente para deslocar com agilidade os cerca de 1500kg deste veículo. O X1 que nos disponibilizaram, em vez da caixa manual de seis velocidades, vinha equipado com uma transmissão automática desportiva Steptronic de oito relações (2326€). Tanto esta transmissão, que inclui Driving Dynamic Control e Launch Control para conferir maior desportividade a este SUV, como a Steptronic normal (2171€) são extremamente eficientes, com mudanças de velocidade instantâneas e imperceptíveis, proporcionando muito conforto, nomeadamente em situações de engarrafamentos e pára-arranca. Incluem patilhas no volante para condução em modo manual.

E agora o desabafo recorrente: seguindo a política comum a todas as marcas premium (não é só a BMW…), exceptuando o equipamento de segurança, que é de série, quase tudo o que se refere a conforto, vida a bordo e estética é pago à parte. A lista de equipamento de série do X1 tem duas páginas; a do equipamento opcional tem 19 páginas! Isto é, para além de ser necessário um curso em “opcionalogia” para entender e decifrar a brochura, há que ter que trazer uma carteira bem recheada de euros para pagar “opcionais” como barras de tejadilho (o X1 é um SUV…), sensores de estacionamento, cruise control, retrovisor interior antiencadeamento, iluminação do espelho de cortesia, volante desportivo em pele, etc., etc.

Reconheça-se que os veículos fornecidos para ensaios vêm, no geral, muito bem equipados e itens como estofos em pele, um muito agradável tecto panorâmico ou elementos decorativos especiais são mesmo extras. Mas nem tudo o que luz é ouro — os 22.000€ de equipamento opcional davam para comprar outro carro.

Agora também é inegável que é premium a qualidade dos materiais e equipamentos utilizados, que motor e transmissão são excelentes, o visual muito elegante e apelativo, como se exige num SUV de luxo de uma marca prestigiada — e tudo isto se paga.

A motorização de potência intermédia que equipava o veículo que conduzimos afigura-se como a mais equilibrada para o BMW X1 e com a caixa automática opcional forma um conjunto harmonioso, proporcionando uma boa e ágil resposta às solicitações de condução mesmo no modo economizador Eco Pro (os outros dois modos são o Comfort e o Sport).

Graças a melhorias no bloco de 1995cc e a um coeficiente aerodinâmico mais baixo (Cd 0,29 face ao anterior Cd 0,33), o novo X1 tem melhores performances e menores consumos e emissões. No entanto, num percurso misto de cerca de 400km, maioritariamente no modo Eco Pro, obtivemos uma média de 6,8 l/100km, bastante aceitável para este tipo de veículo, mas algo distante dos 4,5 l/100km anunciados.

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