A Bridgestone acaba de apresentar o Driveguard, um pneu com as mesmas características dos denominados run flat, cujas paredes reforçadas permitem que, em caso de perda total de pressão, devido a furo ou outro dano no pneu, se possa continuar a viagem por mais 80 quilómetros a um máximo de 80 km/h. Porém, ao contrário dos run flat clássicos, que só podem ser montados em veículos já preparados de origem para os receber (chassis, suspensão, etc.), o Driveguard pode ser usado em qualquer carro.
Para montar os Driveguard só se exige a existência de um sistema de monitorização da pressão dos pneus na viatura. Mas, mesmo para os veículos que não disponham desse equipamento, a Bridgestone está a preparar uma campanha em que irá oferecer um desconto substancial na sua aquisição, na compra de um jogo de Driveguard.
A única restrição de momento é o número de medidas disponíveis (embora sejam das mais procuradas) — nove a partir do início de Março e mais dez em Janeiro de 2017, para jantes de 15’’ a 18’’, com índices de velocidade que vão de V (até 240 km/h) a Y (até 300 km/h). Espera-se que com o tempo a oferta se alargue.
O preço dos Driveguard será em média cerca de 11% superior ao dos Bridgestone Turanza com as mesmas medidas, mas dado que dispensam a existência de pneu sobresselente, para além dos grandes ganhos em segurança e comodidade, também fica mais económico usar os Driveguard mesmo que a sua vida útil seja ligeiramente inferior à dos Turanza (cerca de 5%).
Qual é a vantagem dos Driveguard em relação aos pneus normais?
Imaginem-se dois cenários: 1. Numa noite cerrada, sob chuva torrencial, numa estrada estreita e cheia de curvas entre Infernais de Baixo e Alhada de Cima, a 50km da próxima estação de serviço, um pneu sofre um furo. 2. Numa auto-estrada, a 120 km/h, um prego ou um caco de vidro rasga um pneu.
Em qualquer dos casos, se os pneus forem Bridgestone Driveguard, o condutor só nota algo por ser avisado por uma luz que se acende no painel de instrumentos. Pode continuar viagem sem precisar sequer de sair do carro e livra-se de uma molha, de um incómodo, de um susto ou mesmo de um acidente grave. Sabe também que nos próximos 80km terá de reparar ou mudar o pneu (os Driveguard são susceptíveis de reparação, tal como qualquer outro pneu, se o furo ocorrer na banda de rodagem e não for muito grande) e que não poderá exceder os 80 km/h.
Qualquer outra solução não é tão eficiente: a roda sobresselente ou de emergência pressupõe a troca de pneu (e quantas vezes nos esquecemos de pôr ar no quinto pneu e ele está vazio quando é necessário…); o kit de “reparação”, para além de só ser útil em furos muito pequenos, danifica o pneu, que tem que ser substituído por um novo (e também é preciso adquirir um novo spray); os pneus auto-selantes (tecnologia Seal Inside) solucionam 80% dos furos na banda de rodagem do pneu mas não danos nas paredes laterais.
Para demonstrar isso na prática, a Bridgestone pôs os jornalistas convidados a conduzir carros equipados com pneus Driveguard num percurso de cerca de 25km em estradas estreitíssimas, cheias de curvas, com mau piso, visibilidade nula, dificuldade extrema de parar em segurança, com um dos pneus totalmente vazio (no nosso caso particular até fizemos 50km). Pois bem, excepto a tal luzinha vermelha do sistema de monitorização da pressão de pneus no painel de instrumentos, não notámos qualquer alteração no comportamento do carro! Mais: houve um jornalista inglês que bateu com o carro e danificou outro pneu e mesmo com os dois pneus em vazio fez o percurso sem dificuldades.
