O Tiguan, o SUV médio da Volkswagen, mudou muito, tendo agora características que o fazem ombrear com modelos de marcas premium. Já havendo o Touareg, um grande SUV de luxo, ao fabricante alemão fica a faltar um modelo para competir num subsegmento em crescente expansão: o dos pequenos SUV compactos. Esse veículo, tudo indica, será fabricado na portuguesa AutoEuropa.
Com preços a começar nos 33.428€ da versão com o motor 1.6TDI de 115cv e nível de equipamento Trendline (só disponível em Junho), o Tiguan posiciona-se no patamar superior do seu segmento. Conduzimos a versão com motor diesel 2.0 de 150cv, a que se afigura como a mais equilibrada em termos de peso/potência, com o nível de equipamento intermédio, Confortline.
O veículo que nos disponibilizaram tinha tracção dianteira e vinha com uma caixa manual de seis velocidades, bem escalonada e de accionamento fácil e suave. Ainda assim, é de considerar, por mais 2000€, a opção pela caixa automática DSG de dupla embraiagem e sete relações, uma das referências do mercado, por tudo o que oferece em termos de comodidade e eficiência.
A caixa manual é boa, só que, por exemplo, o sistema Start/Stop (paragem e arranque automáticos do motor) associado entra por vezes em acção quando não queremos (se pisarmos demasiado a embraiagem) e outras vezes, com o carro parado e em ponto morto, não desliga o motor — uma pecha comum a muitas viaturas com Start/Stop e caixa manual. Ora, embora não tenhamos conduzido o Tiguan com a caixa DSG, noutros veículos do grupo Volkswagen dotados dessa caixa o funcionamento do Start/Stop é irrepreensível.
À parte esse pormenor, o novo Tiguan, construído sobre a plataforma modular MQB do grupo Volkswagen, com este motor de 150cv tem bom comportamento nos arranques, recuperações e ultrapassagens, mas agrada acima de tudo pelo conforto e estabilidade, em especial em curva. Só notamos que é um carro mais alto pela posição de condução elevada e com boa visibilidade, tanto para a frente como para trás.
Este SUV é sempre classe 1 nas portagens, mesmo com tracção integral, para o que contribui o capot rebaixado e dotado de sensores que o levantam em caso de embate com peões, amortecendo o choque. O Tiguan que conduzimos, apesar de só ter tracção dianteira, graças aos 200mm de altura livre ao solo, ângulos de entrada, saída e ventrais, pode enfrentar fora de estrada terrenos de baixa/média dificuldade.
Com um visual robusto e dinâmico, o espaço interior está bem aproveitado, com muitos compartimentos para guardar pequenos objectos e acolhendo com todo o conforto quatro pessoas (a quinta, no lugar do meio atrás, não dispõe da mesma largueza). Com os cinco ocupantes, na mala cabem 502 litros que podem subir para 615 litros, pois a segunda fila de bancos (reclináveis) desliza 180mm. Sob o fundo da mala existe uma roda de emergência.
No nível de equipamento intermédio, Confortline, o Tiguan vem bem equipado em termos de segurança, conforto e vida a bordo, pelo que, ao contrário da política seguida por marcas premium, não necessita de equipamento opcional para se fazer à estrada. Neste capítulo sai a ganhar. Onde perde é na qualidade de certos materiais (por exemplo, na parte inferior do forro das portas) e alguns acabamentos (como a montagem das borrachas dos vidros das portas), onde ainda lhe falta algo para ser premium.