Fugas - Motores

Daniel Rocha

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SUV aventureiro ao gosto urbano

Há outras razões pelas quais o 2008 tem uma clientela própria. A começar pelo design que, neste restyling, foi trabalhado no sentido de conferir ao carro um ar mais próximo dos todo-o-terreno: grelha vertical a conferir uma frente mais proeminente e, diz a marca, mais “sólida”; cavas das rodas ainda mais vincadas; protecções laterais; e uma nova assinatura luminosa que, nos farolins traseiros, em LED 3D, assumem a forma de garras. 

E, na nova versão de equipamento GT Line, tem outros mimos que esteticamente são agradáveis à vista. Caso das jantes de 17’’ diamantadas e revestidas a preto brilhante e das decorações a preto, como o friso da grelha dianteira, o contorno dos faróis de nevoeiro, as capas dos retrovisores e as barras do tejadilho. A grelha, por exemplo, destaca-se das restantes versões logo pela letra a vermelho do “Peugeot” inscrito no seu topo.

Pelo interior, quase tudo se mantém, inclusive o i-Cockpit: boa posição de condução, em torno de um pequeno volante que a torna extremamente fácil e prazenteira, painel de instrumentos em posição elevada, uma larga consola central e um ecrã táctil. O 2008 mantém ainda o travão de estacionamento tipo “avião” cuja existência poderá ser a razão por lhe faltar um encosto para o braço do qual sentimos falta.

Com o nível GT Line há vários detalhes de “maquilhagem” que tornam o habitáculo bem acolhedor: abertura das portas com soleiras em inox, pedaleira em alumínio e tapetes com pormenores vermelhos, painel de instrumentos superior contornado a LED vermelhos, costuras vermelhas nos bancos, nos apoios de braços das portas, no fole, nos punhos da alavanca de mudanças e do travão de mão e no volante.

Os bancos conferem um bom apoio, quer a quem segue aos comandos, quer aos restantes ocupantes, sendo forrados a pele (o melhor em dias mais quentes é deixar o carro à sombra…) de boa qualidade. Não estando entre os carros mais espaçosos do seu subsegmento, dois adultos encontram um excelente conforto no banco traseiro (o terceiro, já se sabe, tem de ir um pouco mais apertado ao meio).

Já a mala apresenta uma capacidade razoável, de 338 litros (1194, com os bancos rebatidos), impressionando mais pelo facto de apresentar um bom aproveitamento do espaço do que pelo seu tamanho. Já os restantes espaços de arrumação, embora limitados, conseguem guardar o mais essencial e há soluções interessantes, como por exemplo para poisar moedas sem que estas voem numa qualquer curva.

No habitáculo não faltam ainda tecnologias para colocar o 2008 na dianteira, incluindo Mirror Screen, compatível com o MirrorLink ou Apple Carplay, o que permite duplicar no ecrã táctil todos os conteúdos do smartphone do condutor. As tecnologias invadem também o capítulo da segurança e do conforto para quem segue aos comandos: o cruise control, por exemplo, é fácil de usar e torna as jornadas mais tranquilas.

O Peugeot 2008 constitui uma boa solução para quem tem a cidade como o seu habitat natural mas gosta de se sentir à vontade para sair do asfalto. Na primeira circula como peixe na água e na segunda, embora não esteja entre os mais divertidos, dificilmente nos deixará numa situação complicada.

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