Fugas - Motores

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Uma confortável e elegante berlina

Por Carla B. Ribeiro

Estradista por excelência, o novo veículo do segmento D da Renault, que substituiu o Laguna, aposta na elegância e no conforto. Com o bloco diesel 1.6 twin turbo de 160cv consegue bons desempenhos.

Todos sabemos: há casos de amor à primeira vista. Nem sempre correm bem, mas deixam-nos com aquele delicioso friozinho na barriga próprio da adolescência. Um primeiro contacto com o Talisman é um bocadinho como esse sentimento. Com um twist: tendo em conta o que oferece, tem muito para dar certo.

Quando tudo indicava que o Laguna caminhava para uma quarta geração, a Renault voltou a baralhar e dar. Até porque o sucesso do seu grande familiar nunca foi comparável ao do Clio ou do Mégane. Assim, a decisão passou por descontinuar a produção do Laguna e repensar o que um cliente do segmento D procura num carro. Nasceu assim o Talisman (não confundir com o modelo homónimo comercializado na China desde 2004), um familiar de porte médio-grande, disponível na versão berlina de quatro portas e, desde Junho, em formato carrinha (Sport Tourer).

Com 4848mm de comprimento, 1869mm de largura e 1463mm de altura, apresenta uma distância entre eixos de 2808mm, muito bem aproveitada pelos passageiros que se sentam atrás e que dificilmente se queixarão de falta de espaço para as pernas. Em relação à boa utilização de espaço, destaque para a mala, capaz de acomodar 515 litros — um espaço extra sob o alçapão consegue ainda arrumar mais 93 litros. O volume de bagagem da berlina é assim superior ao da carrinha (492 litros), embora o sedan perca para esta pela impossibilidade de rebater os bancos.

Mas, com malas e tarecos bem arrumados, voltemos ao interior do carro. Para quem segue atrás, há conforto a rodos — mesmo que, como foi o caso, haja necessidade de acomodar três. Já à frente, quem vai aos comandos beneficia de uma posição de condução ideal muito fácil de encontrar. A ajuda extra proporcionada pelos ergonómicos assentos também é notada. Materiais e acabamentos, não rivalizando com as marcas premium e restando ainda um ou outro apontamento que poderá num futuro próximo ser alvo de melhorias, não desiludem e nota-se uma preocupação em gerir o espaço e o design, não comprometendo nenhum. 

Nota muito positiva para a inclusão do ecrã central de 8,7’’, em tudo semelhante a um grande tablet, que reúne o sistema de infoentretenimento R-Link 2. Além de ser possível comandar as diversas funções no ecrã táctil, há um botão rotativo e botões de atalho na consola central, bem como comandos no volante. Tudo junto, torna a experiência fácil, não sendo necessário desviar os olhos da estrada para definir ou alterar parâmetros das mais diversas funcionalidades. 

Uma dessas funcionalidades é o sistema Multi-Sense, um dispositivo que coordena as tecnologias integradas na viatura e modos de condução: Neutro, Eco, Comfort, Sport e Perso (este programável) que não só alteram a cor da iluminação dos instrumentos e do ambiente do carro como o transformam de acordo com as necessidades apontadas. Outra das tecnologias controladas pelo Multi-Sense é a 4Control de quatro rodas direccionais. Este sistema, de série no nível mais equipado, permite que as rodas traseiras apontem no sentido oposto às dianteiras, quando abaixo dos 50km/h (em modo Neutro; 60 km/h no Confort e 70 km/h no Sport), e na mesma direcção quando acima daquelas velocidades. Na prática, isto permite uma precisão de curva maior, mesmo entrando nesta com alguma velocidade, aumentando os níveis de segurança, mas também de diversão. A passo de caracol, como no trânsito urbano, sai beneficiado o raio de viragem quase equiparável ao utilitário Clio (e que mede menos 78,6cm!).

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