Híbridos, os consensuais
Além dos veículos eléctricos exibidos na mostra parisiense, dos quais damos conta apenas de alguns, as variações híbridas continuam a ser uma aposta forte. Ao combinarem um motor de combustão com um motor eléctrico conseguem reunir o melhor de vários mundos: são recatados na emissão de poluentes, contidos nos consumos (para não falar dos que surgem com autonomia para algumas dezenas de quilómetros em modo 100% eléctrico) e os seus condutores não sofrem de range anxiety, expressão inglesa que define o receio do condutor de um veículo eléctrico de ficar parado na estrada se as baterias se descarregarem.
Entre os híbridos em destaque no Salão de Paris, e num patamar superior, esteve o Porsche Panamera 4 E-Hybrid, híbrido plug-in gasolina/eléctrico com 462cv de potência conjunta, 50km de autonomia em modo eléctrico e um preço bem acima dos 100.000 euros.
Nas propostas mais terrenas, o Mitsubishi GT-PHEV foi apresentado como um protótipo de SUV com sistema híbrido composto por três motores eléctricos — um à frente de 122cv e dois atrás de 61cv cada —, além de um propulsor de 2.5 a gasolina. Um sistema semelhante ao já conhecido do Outlander PHEV, sendo que neste caso a autonomia em modo eléctrico pode chegar aos 120km.
Enquanto isso, a Toyota apresentou a segunda geração do Prius Plug-in Hybrid, com o já conhecido motor 1.8 a gasolina e dois motores eléctricos que lhe proporcionam uma autonomia de 50km em modo 100% eléctrico. Ao lado, exibe o FCV Plus, um protótipo que funciona a pilha de combustível usando hidrogénio líquido.
A combustão também há novidades eficientes
Se é verdade que o centro das atenções em Paris são os eléctricos e as soluções híbridas, seria completamente falso dizer que as novidades movidas a combustíveis fósseis estão em vias de extinção. Pelo contrário: surgiram em força e revelando-se cada vez mais eficientes. Em destaque, a revelação de novas gerações de cinco modelos com história: Audi Q5, Honda Civic, Hyundai i30, Land Rover Discovery e Nissan Micra.
No caso do Q5, é visível a adaptação de muitos elementos estreados no Q7, sendo de destacar o facto de o SUV ser construído tendo por base a mesma plataforma do irmão maior (e que também foi adoptada pelo Audi A4). Já o Civic, que está prestes a entrar na sua 10.ª geração, contando com um respeitável historial de 43 anos, também irá estrear uma nova plataforma, além de um novo chassis e de melhoradas motorizações, sobretudo a gasolina: um tricilíndrico 1.0 turbo de 129cv e um 1.5 turbo, de quatro cilindros em linha, com 182cv. Surgindo mais largo e mais baixo, de forma a potenciar a aerodinâmica, o carro deverá chegar em Fevereiro de 2017.
Também novo é o Hyundai i30, cuja nova geração foi pensada no sentido de oferecer mais espaço, por um lado, mas também para ser uma solução mais eficiente e poupada de forma a fazer face aos gigantes do segmento, entre os quais o Volkswagen Golf. Nesse sentido, há novos motores, a gasolina de injecção directa, de 1.0 com 120cv e de 1.4 com 140cv. O familiar, que deverá chegar no primeiro trimestre do próximo ano, surge com uma nova suspensão traseira, assim como uma direcção ainda mais precisa e directa.