Fugas - Motores

  • Fernando Veludo/nFactos
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Exuberância e polivalência

Por Alberto Pires

A nova Goes G 125 GT revelou-se uma agradável surpresa, conciliando modernidade, espaço de carga e abrangência de utilização.

A Goes é uma marca francesa, país onde tem o centro de desenvolvimento de todos os seus modelos, que depois manda produzir na China. A sua gama diferencia-se por uma abordagem distinta, tanto ao nível do design como da funcionalidade, e esta G 125 GT é disso um exemplo.

Destinando-se a um utilizador proveniente dos automóveis, que encara a utilização de uma scooter como a melhor alternativa para se deslocar com rapidez e segurança, dotou-a de um conjunto de funcionalidades que permitem que essa migração seja feita com mais facilidade.

A simplicidade mecânica é a nota dominante. O motor é refrigerado a água, dispensando assim todos os periféricos que a refrigeração líquida obriga e, apesar de o arranque ser eléctrico, inclui um pedal de kick, garantindo assim que mesmo que a bateria falhe o motor será posto a trabalhar. Já a travagem está entregue a dois discos, contando ainda com um travão independente de parque, que bloqueia a roda traseira e impede que a scooter deslize quando a estacionamos numa rua íngreme.

Os detalhes estéticos abundam, sendo notória a preocupação em criar elementos distintivos. O banco tem vários níveis, diferenciados pelas costuras duplas, e o conjunto óptico dianteiro recorre a luzes LED e o seu desenho é semelhante ao utilizado na indústria automóvel, que influenciou também a disposição e apresentação do painel de instrumentos. As cores disponíveis, azul e branca, vermelha ou preta, têm o condão de lhe conferir atitudes diferentes, desde jovem e desportiva até clássica e luxuosa.

O primeiro contacto é tranquilizador. Apesar das dimensões generosas, o peso está colocado em baixo e é fácil movimentá-la. O banco é largo e tanto as pernas como os braços ficam numa posição natural, havendo espaço para que cada um encontre a postura mais confortável. Este quadro amigável mantém-se ao iniciar a marcha.

Os 9,6cv do motor são suaves e proporcionam uma aceleração suficiente em percurso urbano para ultrapassar as diferentes situações de trânsito, enquanto a ciclística, sem ter a vivacidade própria dos modelos mais pequenos, é suficientemente ágil para que a coloquemos onde seja necessário. Curiosamente, as suas dimensões não limitam a passagem pelo meio das filas, já que os guiadores passam facilmente por cima dos espelhos da maioria dos automóveis. O raio de brecagem é bom, precisando no máximo de 5,1 metros para inverter o sentido.

O comportamento em estrada e nas vias rápidas é suficiente. O ecrã elevado oferece uma protecção razoável e o avental dianteiro cobre bem as pernas, atingindo com facilidade os 90 km/h — e até um pouco mais quando o declive ajuda. Em estrada sinuosa é um prazer cumprir quilómetros, com as suspensões a digerirem o encadeado de curvas sem obrigar a particular esforço ou atenção. Para o passageiro é também uma boa experiência, e gosta do que se lhe reserva, usufruindo de um lugar amplo e confortável, com as pegas ao longo do assento a permitirem que cada um escolha o melhor local para se agarrar.

O peso do conjunto e o centro de gravidade baixo fazem com que transportar um passageiro não influencie muito a condução, notando-se apenas nas acelerações. Os 12 litros da capacidade do depósito de combustível permitem uma autonomia excelente, já que os consumos se situam em redor dos 3,0 l/100km. A iluminação oferece uma boa presença durante o dia e é suficiente durante a noite. Todos estes atributos ganham relevância em função do preço a que é vendida. Os 2490 euros são um excelente valor para uma scooter que tem um nível de qualidade, atributos mecânicos e qualidade ciclística próprias de unidades com mais capacidade.

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