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Um citadino cheio de funcionalidade e estilo

Por João Palma

Pegar numa receita de sucesso e replicá-la. Foi o que a Citroën fez com o novo C3, que incorpora os airbumps, as protecções laterais da carroçaria estreadas no SUV Cactus, que, sendo funcionais, também dão ao C3 um estilo muito próprio.

Porque é que um utilitário tem de ser um meio de transporte cinzentão e incaracterístico? Com o novo C3, a Citroën criou um veículo que, sendo um funcional meio de transporte, tem um visual atractivo, com estilo e personalidade que o tornam diferente da concorrência. Conduzimos a versão deste veículo do segmento B que a marca francesa prevê ser a mais vendida, com motor atmosférico 1.2 tricilíndrico a gasolina de 82cv e nível de equipamento intermédio, Feel, com um preço-base de 14.350€.

A unidade testada, uma versão especial criada para ensaios pela comunicação social, não dispunha da câmara frontal ConnectedCam Citroën (uma estreia, ver pormenores), nem de sensores de estacionamento traseiro, mas trazia os seguintes extras: airbumps (200€), roda de emergência (100€), pintura de dois tons (250€), ecrã táctil de 7’’ com Mirror Screen (300€) e jantes de liga leve 16’’(250€), com um preço total de 15.540€. No entanto, há uma oferta de lançamento de equipamento no valor de 1600€, a escolher pelo cliente entre pacotes e opcionais disponíveis. Isso significa que, por exemplo, por 14.900€ o cliente, para além dos extras acima mencionados, pode optar pela inclusão do Pack Feel (jantes de liga leve de 16’’, ecrã táctil de 7’’ com função mirror screen e sensores de estacionamento traseiro) e da câmara frontal.

O comportamento desta versão com a variante de 82cv do motor 1.2 tricilíndrico a gasolina, acoplado a uma caixa manual de cinco velocidades, é aceitável nas recuperações e ultrapassagens — como é costume dizer, dá para os gastos. Claro que o mais potente 1.2 de 110cv oferece outro tipo de performance, com um consumo anunciado inferior, mas também é verdade que entre as duas versões há uma diferença de quase 3000€, um valor bastante importante neste segmento. De realçar o baixo nível de ruído deste tricilíndrico, que, em conjunção com uma suspensão macia, torna a condução em cidade bastante confortável. Só que essa mesma macieza da suspensão verifica-se também ao curvar, provocando algum balanceio da carroçaria, a que se soma uma direcção não muito directa. Assim, se o comportamento do C3 em cidade ou em recta é bom, já numa estrada sinuosa não é uma referência. Quanto a consumos, num percurso misto de cerca de 300km, com algumas situações de trânsito congestionado, obtivemos uma média de 6,1 l/100km.

O Citroën C3 pode transportar cinco pessoas (a do meio atrás um pouco limitada pelo túnel de transmissão central) e, com 300 litros, tem uma das maiores malas do segmento B. Sob o fundo da bagageira, no veículo que conduzimos, havia uma muito recomendável roda de emergência (opção obrigatória, por 100€).

Os pontos fortes deste novo C3 são o design, inspirado no do SUV C Cactus, que combina originalidade e atractividade com funcionalidade. Para além de contribuírem para o visual, os airbumps protegem o carro de toques laterais e os pára-choques cumprem mesmo essa função. Estão na moda os “pára-choques” na cor da carroçaria, que, ao mais pequeno toque ficam com a pintura riscada; os do C3, em plástico preto, para além de proporcionarem um bonito contraste, são mais flexíveis e resistentes. Tivemos um exemplo: outro veículo deu-nos um pequeno toque na traseira que não deixou quaisquer marcas, mas que certamente causaria um risco num pára-choques pintado.

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