Fugas - Motores

Fábio Augusto

Um veículo para famílias grandes, potente e bem equipado

Por João Palma

Facilidade de condução, estabilidade em curva, bom nas recuperações e ultrapassagens — não é um desportivo, mas despacha-se muito bem.

Serão os monovolumes uma espécie em vias de extinção face à crescente apetência pelos SUV? O facto é que as marcas de automóveis continuam a ter monovolumes nas suas gamas, dirigidos a quem tenha famílias numerosas e necessite de espaço no habitáculo e na bagageira. O renovado Opel Zafira (antes denominado Opel Zafira Tourer) preenche essas necessidades, podendo transportar até sete pessoas e com uma mala que vai dos 152 litros (com sete lugares) até aos 1792 litros (com segunda e terceira filas rebatidas).

Guiámos o Opel Zafira dotado do motor 2.0 CDTI a gasóleo com 170cv e nível de equipamento OPC Line (topo de gama). Com um preço-base de 37.920€, tinha extras no valor de 3890€ — tudo somado, um valor total de 41.810€. Pode-se considerar que é um custo algo elevado para esta viatura, mas há dois argumentos em defesa do Zafira. Primeiro, esta é a motorização mais potente, com o nível superior de equipamento: este monovolume, com motor 1.4 a gasolina de 140cv de performances muito aceitáveis, custa 27.250€ no nível de entrada, Dynamic; com o mesmo nível de equipamento e idêntica potência, há ainda uma variante híbrida gasolina/GPL, por 29.000€, um valor facilmente recuperável em custos de operação face ao preço por litro do GPL, o que torna esta versão a mais económica de todos os Zafira.

Depois, o preço-base é real: o carro está bem equipado e pronto a conduzir. Dos extras incluídos no veículo que nos disponibilizaram, dispensaríamos os bancos aquecidos em pele (1500€) e as jantes de liga leve de 19’’ (600€), que só têm uma função estética, aumentando consumos e emissões. Já a suspensão electrónica FlexRide (900€) contribui para o conforto e comportamento dinâmico da viatura; também o pack Innovation Plus (800€), incluindo câmara dianteira e traseira, indicação de distância ao veículo da frente, aviso de saída de faixa, reconhecimento de sinais de trânsito, retrovisores rebatíveis automaticamente e cortinas atrás, aumenta a segurança e conforto de condução, sendo por isso também de considerar; por fim, a roda sobresselente de 17’’, por 90€, é uma opção indispensável.

 

Agilidade e rapidez

Um monovolume é um monovolume, tendo um visual menos apelativo do que um SUV, privilegiando a funcionalidade. Mas engana-se quem pensa que este Opel Zafira, com o motor CDTI de 170cv, associado a uma eficiente caixa manual de seis relações, é pesadão a conduzir — lembra um lutador de sumo, cujo aspecto maciço esconde agilidade e rapidez de reacção.

Agilidade e facilidade de condução, estabilidade em curva, bom nas recuperações e ultrapassagens — o Zafira que conduzimos poderá não ser um desportivo (apesar da OPC Line lhe conferir um aspecto mais dinâmico), mas despacha-se muito bem, com uma potência que lhe confere bons desempenhos. Os consumos reais estão longe dos oficiais — em 450km de um percurso variado em estrada, auto-estrada e cidade (com alguns congestionamentos de trânsito), obtivemos uma média de 6,4 l/100km. Ainda assim, uma média aceitável para um veículo que pesa 1757kg, tem 4666mm de comprimento, 1928mm de largura, 1660mm de altura e uma silhueta que não é muito aerodinâmica, mas que, ainda assim, faz com que o Zafira seja sempre classe 1 nas portagens, um factor nada despiciendo.

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