Fugas - Motores

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O monovolume cresceu para se afirmar como um elegante SUV

Por Carla B. Ribeiro

Maior, mais leve e melhor. É assim que a Peugeot traduz as alterações propostas na nova geração do 3008, com o modelo a apresentar-se como um SUV. No mercado nacional, a aposta recai no diesel 1.6 BlueHDI de 120cv acoplado a uma caixa automática de seis velocidades.

Ainda ninguém sabe muito bem o que vai acontecer aos monovolumes. Há marcas que acreditam que estes terão sempre um lugar próprio na tabela de vendas, mantendo os seus veículos com estas características e criando de raiz SUV (Sport Utility Vehicle) que respondam às exigências crescentes do mercado. Já outras parecem convencidas de que o caminho é outro. Neste último grupo poderá estar a Peugeot que, perante a necessidade de ter um SUV do segmento C, não hesitou em pegar no seu 3008 e revê-lo de fio a pavio.

Tendo por base a plataforma modular EMP-2, o novo Peugeot 3008 apresenta uma frente verticalizada, com uma grelha de lâminas verticais que pontifica um capot longo e horizontal. A cintura é elevada e, além das grandes rodas, exibe uma série de protecções (na parte inferior do pára-choques, nas cavas das rodas ou na base das portas) que levam a marca a desafiar os condutores a aventurarem-se fora do asfalto. Mas, para tal, o ideal é equipar o carro com o sistema Advanced Grip Control, um opcional de 300 euros que optimiza o controlo de tracção, capaz de se adaptar a cinco modos de aderência distintos: Normal, Neve, Lama, Areia, ESP OFF.

Mas isto é apenas algo que o utilizador normal deverá usar tantas vezes por ano quantos os dedos das suas mãos. Na maioria do tempo, o 3008 é um animal do asfalto, e é neste que mostra tantas habilidades quantas se procurar (além de que, mesmo sem aquele sistema electrónico de tracção, o carro parece ter nascido preparado também para o off-road).

Em primeiro lugar, é um espaçoso e confortável carro familiar, com espaço a rodos para três ocupantes no banco de trás (ainda que aquele que se sentar a meio saia sempre prejudicado) e uma mala capaz de acomodar bagagem de cinco pessoas para umas férias grandes. Além do mais, a capacidade para 520 litros é bem aproveitada, com a mala a exibir linhas direitas, e o acesso é extremamente fácil.

Depois, assim que accionado o modo Sport da caixa automática de seis velocidades, a EAT6, é um carro que não se nega a momentos bem divertidos. Mesmo com o bloco diesel menos potente, o 1.6 BlueHDi de 120cv, em que é certo que não se conseguirá nem acelerações relâmpago (vai dos 0 aos 100 km/h em 11,6 segundos) nem velocidades máximas de cortar a respiração (atinge 185 km/h). Ainda assim, com um torque máximo de 300 Nm, disponível logo a partir das 1750 rotações, este 3008 mostra a garra necessária para tornar qualquer trajecto um pouco menos aborrecido.

Por fim, este é um carro que é um hino às tecnologias, estreando uma série delas na marca e, de certa forma, democratizando vários sistemas  e funcionalidades até aqui mais comuns às marcas premium. É o caso do i-Cockpit: o painel de instrumentos, habitualmente com os típicos mostradores analógicos, passou a ser um ecrã digital de 12,3’’, configurável e personalizável, a partir de cinco modos de apresentação que pode incluir informações de navegação, ajudas à condução, parâmetros do motor, computador de bordo, dados dinâmicos, etc. Lido assim, até pode parecer mais ruído que informação, mas a marca francesa conseguiu precisamente o oposto. Já no centro do tablier, um ecrã táctil de 8’’ permite gerir navegação, ar condicionado, entretenimento e telefone, sendo possível a ligação a aparelhos movéis através de MirrorLink, Apple CarPlay e Android Auto. Sob o ecrã surgem seis botões em piano que permitem acesso directo às principais funções daquele.

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