Fugas - Motores

Um Mini muito exclusivo

Por João Palma

Com mais de quatro metros, o motor diesel mais potente e um preço acima dos 40.000€, o Mini com tracção integral não será, decerto, o mais popular. Mas não deixa de ter o ADN da marca.

O Mini é um camaleão, com versões para todos os gostos, preços e tamanhos. Desde 2+2 (Cabrio) até cinco lugares; dos 3,82m do Mini “normal” aos 4,30m do Countryman; de menos de 20.000€ do Mini One até mais de 40.000€ de diversas variantes John Cooper Works; três portas, cinco portas, descapotável, coupé, carrinha, SUV, monovolume; a gasolina, a gasóleo (e, em breve, um híbrido eléctrico plug-in); de 95cv até 231cv. Uma escolha vasta para uma clientela variada, cuja única coisa em comum é gostarem do Mini.

Imagine-se alguém solteiro, que gosta de carros pequenos e desportivos. Uma escolha adequada poderá ser uma das versões John Cooper Works do Mini. Mais tarde, casa-se e tem um filho. Aí poderá optar por um Mini 5 portas Cooper S ou SD. Com a chegada de um segundo filho, sente necessidade de uma carrinha, mas não quer abdicar do Mini nem de ter uma viatura com espírito desportivo.

É para este tipo de clientes que a Mini criou uma carrinha desportiva, o Clubman, nas variantes Cooper S, a gasolina, com motor 2.0 de 192cv, ou Cooper SD, a gasóleo, com motor 2.0 de 190cv. Conduzimos um Mini Clubman Cooper SD, com caixa automática de oito relações e tracção integral, cujo preço-base é 39.955€, mas com extras que fizeram com que o preço final se cifrasse em 46.465€.

Primeiro ponto: o Clubman, pelas suas características, é de utilização 100% em asfalto. Assim, a não ser que se viva nas zonas montanhosas do Norte de Portugal ou na serra da Estrela, onde é frequente no Inverno a ocorrência de gelo e neve, a tracção integral (que só funciona em situações de perda de aderência ao asfalto) é um “luxo técnico” que se pode dispensar sem perda de performances, poupando 2300€. Em 40.000€ não é muito, mas já dá para pagar o controlo dinâmico do amortecimento (500€), a versão desportiva da caixa automática Steptronic de oito relações (200€), o Mini Driving Modes (290€), o sistema de navegação (950€), a câmara de visão traseira (350€) e, além de se ficar melhor servido, ainda se poupa dinheiro. O controlo de amortecimento opcional tem duas opções, Comfort e Sport, que são activadas automaticamente em conjunção com o Mini Driving Modes: Sport no modo Sport e Comfort nos modos MID (standard) e Green (económico).

Segundo ponto: com 190cv, este é o propulsor a gasóleo mais potente da gama Mini. Associado à muito eficiente caixa automática de oito relações (com opções de accionamento manual e manual desportivo), confere ao Cooper SD Clubman um comportamento dinâmico e divertido, realçado pelos muito aconselháveis opcionais controlo de amortecimento e Mini Driving Modes. Há, no entanto, que ter em linha de conta que as dimensões (4253mm de comprimento, 1800mm de largura e 1441mm de altura) e características do Clubman, a que se soma uma brecagem longe de ser uma referência (11,3 metros de diâmetro de viragem entre paredes), faz com que o go kart feeling (sensação de se conduzir como um kart), típico dos Mini, apareça algo diluído, só sendo mais evidente quando se acciona o modo Sport. Outro ponto menos positivo é a visão para trás ser cortada a meio pela junção dos dois portões traseiros, embora isso seja compensado pela visibilidade proporcionada pelos retrovisores exteriores.

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