Fugas - Motores

Nova geração do Honda Civic reforça aposta na gasolina

Por João Palma

Plataforma, mecânica, design. O Civic que chega na Primavera foi revisto de fio a pavio.

O Civic, nascido em 1973, é o modelo mais emblemático da Honda. Ao longo de mais de quatro décadas, já teve nove gerações. A décima chega em final de Março/início de Abril, na versão de cinco portas. Contra a corrente dominante, este pequeno familiar só propõe de início novas motorizações a gasolina: 1.0 turbo de 129cv e 1.5 turbo de 182cv. Com 4 níveis de equipamento só para o 1.0 e 3 diferentes no 1.5, custa desde os 23.300€ do Civic 1.0 Comfort até aos 34.710€ do 1.5 Prestige.

Em Maio, será introduzida uma carroçaria de quatro portas e, para os mais tradicionalistas, no último trimestre de 2017 será acrescentado à gama uma versão do actual propulsor diesel 1.6 i-DTEC de 120cv, um bloco com provas dadas, mas com melhorias para o tornar (ainda) mais eficiente.

No mundo automóvel português (e também na Europa em geral), o gasóleo é rei há várias décadas, em especial nos segmentos dos pequenos familiares e superiores, com 65% de utilização face aos 33% da gasolina. Mas o paradigma está a mudar face às futuras normas europeias antipoluição: com o aparecimento de novos motores a gasolina mais eficientes e menos poluentes, o gasóleo vem perdendo espaço.

No caso da Honda, é notória a aposta nos motores a gasolina: todos de nova geração, com baixa cilindrada e elevada potência. O de 988cc é tricilíndrico turbo com 129cv de potência e 220 Nm de binário às 2250 rpm. O de 1498cc, com 182cv, tem 240 Nm de binário logo às 1900 rpm. Ambos podem vir acoplados a uma caixa manual de seis velocidades redesenhada para melhorar a eficiência, a precisão de manuseamento e a economia de consumos. Em opção, por mais 1300€, é proposta uma nova caixa automática CVT, de variação contínua, com sete mudanças simuladas.

Esta caixa é mais barata e mais leve que as automáticas de dupla embraiagem, mas, embora com evidentes progressos, não é tão eficiente. Isso nota-se em especial quando associada ao motor 1.0. No caso do 1.5, com mais potência e binário, o comportamento é superior. Numa condução normal, comporta-se de forma muito aceitável nas recuperações e ultrapassagens e é muito mais confortável nas situações de pára-arranca do trânsito urbano. Outra novidade que melhora o conforto e facilidade de condução é o acelerador electrónico drive-by-wire, com mais sensibilidade e controlo das rotações do motor e da velocidade do veículo face a um acelerador convencional por cabo.

A plataforma, totalmente renovada, e a carroçaria de baixo peso e elevada rigidez, aliadas a um centro de gravidade baixo, melhoram a estabilidade e o controlo do veículo. As suspensões, tanto à frente como atrás, foram modificadas para proporcionar ao novo Civic uma condução confortável em velocidade de cruzeiro ou estabilidade firme e ágil quando se exigem elevadas performances. Nos níveis superiores de equipamento, o amortecimento é variável. O Sistema de Assistência à Condução Ágil (AHA – Agile Handling Assist) da Honda foi adaptado para reflectir as condições típicas das estradas e os estilos de condução dos europeus.

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