Fugas - Motores

  • Margarida Basto
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Um desportivo ágil para condutores egoístas


E mesmo quando se desligam todas as ajudas à condução, accionando o Modo Pista, há qualquer coisa que parece manter o carro, de tracção traseira, colado à estrada. Ou seja, não sendo o desportivo mais fácil de dominar, também não é tão agressivo ao ponto de ter vida própria. Haja pés e mãos (e pensamentos) rápidos, e há todo um mundo de diversão a descobrir aos comandos de um GT-86. E se algo falhar? Então, haja travões! E, garanto, há — sempre a postos para quando se revela necessário.

O que agrada neste roadster não se fica, porém, nem pelos traços atractivos nem sequer pelo desempenho. A bordo, o conforto é bem conseguido, com os bancos dianteiros a proporcionarem um bom apoio (há até forma de prender o cinto ao banco para que não se tenha de o ir buscar tão lá atrás onde está montado). Tanto os materiais usados como o apurado nível de acabamentos são de louvar. Isto quererá dizer que o GT-86 é um automóvel isento de defeitos? Poderá ser, para quem segue viagem à frente. No banco traseiro, não há quem caiba (uma cadeirinha de bebé talvez, porque até as crianças pequenas têm de ir com as pernas cruzadas: “Quando vais entregar este carro?”, perguntaram-me mil vezes as apertadas crianças).

Com toda a garra contida, convém equacionar se valerá mesmo a pena adquirir um automóvel que poucas vezes poderá mostrar tudo o que vale e que raramente conseguirá dar boleia no banco traseiro. A Toyota responde a esta pergunta com um preço que nesta classe de veículos pode ser visto como democrático: 44.420€. Sobre o resto, quem disse que um GT-86 pode ser um carro para altruístas?

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