Certo é que o aumento de estrangeiros na cidade sublinhou a importância desta formação. O chef Rui Paula, que vai participar nos onze dias do programa com acções nos seus DOP, no Porto, e DOC, no Douro, afirma: "Se esta acção for capaz de sensibilizar os consumidores portugueses para o vinho do Porto, isso para nós é muito bom”. Porque, actualmente, nos restaurantes com o perfil dos que gere, os estrangeiros são os que mais querem saber e mais consomem vinho do Porto. “Casa de ferreiro, espeto de pau”, lamenta o chef.
Não admira, por isso, que os restaurantes estejam no primeiro círculo do alvo da programação. Ao todo foram mobilizados 27, quase todos no Porto e Gaia. Aí vão ser organizados 13 jantares vínicos, com refeições completas desenhadas para acompanhar vinho do Porto, ou 27 harmonizações de um prato com um vinho. Em 15 bares, na sua maioria da Baixa, o vinho do Porto terá nestes onze dias um destaque especial, tentando reforçar a estratégia de o dessacralizar através de cocktails como o Porto Tónico. Em 14 caves haverá igualmente acções especiais e, como cúmulo, 33 lojas da cidade vão ter as suas montras ilustradas com temas de vinho do Porto pelas ilustradoras Adélia Carvalho e Anabela Dias.
Depois de um “ano zero” em 2014, o Port Wine Day veio para ficar, promete Manuel Cabral. “O vinho do Porto tem uma enorme capacidade de mobilização”, diz o presidente do IVDP. No período de onze dias que atravessamos, essa capacidade está à vista. Falta saber se será suficiente para que o vinho do Porto passe a ser para a cidade o que já é, nas palavras de Cabral, para os agentes do sector: um vinho para todos os dias.