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    A modernidade desta capital tem como principal ícone as Flame Towers Stoyan Nenov/Reuters
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Azerbaijão: Bacu, a sedutora do Cáspio

A completar os vários museus de interesse, está o arrojado  que exibe a maior colecção de tapetes do país: o museu de tapeçaria do Azerbaijão deixou a mesquita Juma para se instalar à beira-mar, na Boulevard, em edifício audaz, bizarro e singular. Uma das várias obras que coloca Bacu no lote das capitais mais interessantes em termos de nova arquitectura. O interior diz-nos tudo sobre a nobre arte, mas é o seu design desafiador e inovador que ajudou a que a UNESCO reconhecesse o interesse deste projecto do austríaco Franz Janz.

Ainda assim, a modernidade desta capital tem como principal ícone as Flame Towers, certamente a construção mais marcante do país. Três gigantescas e inflamadas chamas a sair das profundezas da terra. São 190 metros de hotel, escritórios e apartamentos.

À noite, destacam-se por ser ecrãs gigantes, com luminosas exibições alicerçadas em mais de 10.000 LED que cobrem toda a estrutura. O movimento das chamas é visível até dos pontos mais remotos. Em alturas especiais, exibem-se projectos media distintos: foi assim que as eternas labaredas saudaram o Festival da Eurovisão em 2012 e os I Jogos Europeus, em Junho último. E, nestes jogos de luz em constante mutação, a bandeira de Portugal fica-lhe muito bem…

O Centro Haydar Aliyev vale, só por si, a curiosidade de o explorar, fora e dentro. A obra da iraquiana Zaha Hadid é uma peça de arquitectura distinta – ainda mais, por estar imponentemente ‘plantada’ no meio de área de clara influência soviética -, premiada internacionalmente. Um edifício cultural que se apresenta com linhas fluidas e onduladas, procurando evitar ângulos agudos e privilegiando diferentes perspectivas para o apreciar. Contempla uma galeria, museu e centro de conferências. É determinante na vida intelectual do país. E imprescindível numa verdadeira exploração de Bacu.

O Festival da Eurovisão de 2012 despertou o mundo pela primeira vez para a nova realidade do Azerbaijão. A oportunidade há muito esperada pelo regime de Ilham Aliyev, que sucedeu ao seu pai e fundador da nação, em eleições que a comunidade internacional não legitimou. O Crystal Hall foi a sala de espectáculos culturais e desportivos criada para dar uma imagem distinta de Bacu, chamar a atenção mundial para a sua nova face, o seu potencial. Uma obra repetidamente premiada, junto à praça da bandeira nacional.

Inspirado na arte e glamour das incomparáveis estações de metro de Moscovo, o subsolo de Bacu não ficou imune à tendência artística soviética. As estações de Nizami (poeta persa do século XII), 28 de maio (dia da independência, em 1918 – foi a primeira república democrática no mundo islâmico) e Elmler Akademiyasi (Academia de Ciências) justificam visita atenta. Fora das superpovoadas horas de ponta. O metro é limpo e seguro e em cada estação há uma decoração diferente, plena de simbologia.

Considerado o maior poeta épico de toda a literatura persa, Nizami Ganjavi, o tal da estação de metro, é nome respeitado e atribuído a importantes marcos de referência urbanos. Aqui também é uma das artérias mais concorridas. Um dos pontos pedonais mais cativantes para passear, principalmente à noite.

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