Bom, Bacu tem três zonas principais. A outra é a tipicamente soviética e depois há ainda a “baixa”, onde reina a zona histórica, que abraça o mar Cáspio. A verdadeira alma deste destino. A que mais nos importa e na qual nos focaremos.
Boulevard. Fountain Square. Cidade-velha. Eis, por ordem aleatória, os principais pontos de Bacu e que podem ser ligados a pé. Sem aventuras de atravessar imprudentemente ruas e avenidas. Os azeris são perigo real na estrada e sucedem-se os atropelamentos. Não hesitar em aproveitar as passagens subterrâneas – várias delas, artísticas - para cruzar largas avenidas. Quanto ao resto do centro, o mais rápido e prático é usar o metro, uns 20 cêntimos por viagem. Não entende as indicações? Aventure-se a tentar comunicar em inglês.
A Boulevard é o maior orgulho da nova Bacu, um sonho pujante que nos últimos cinco anos se tornou irreconhecível para quem a visitou anteriormente.
Namorando o mar Cáspio, este é lugar preferido dos locais para passear, para se entreterem e até para fazer compras. Não tem praia, mas sobra-lhe charme. Jardins cuidados, árvores exóticas, restaurantes requintados, esculturas, fontes, esplanadas cativantes, parque de diversões… tudo bem limpo e cuidado. A ideia do projecto é torná-la na mais emblemática avenida do mundo, quando todas as partes forem inauguradas. Do outro lado, cinco faixas de rodagem para cada sentido, ladeadas pelas mais luxuosas lojas das grandes marcas.
Esta é a zona eleita para concertos e fogo-de-artifício durante os feriados e outros importantes eventos. Aqui também podemos optar por viagem de barco, na qual podemos apreciar o vistoso skyline.
A Fountain Square (deve o nome às várias fontes do seu traço original, ainda na era soviética) está por perto, tal como a Torgovaya. Falamos da zona pedonal de Bacu, no coração da urbe, onde proliferam restaurantes, lojas, bares, cafés e gelatarias, hotéis, fontanários e carrosséis. É, por isso, das zonas mais movimentadas. “É agitada de dia e ainda mais cativante à noite, sem a azáfama do stress”, assegura-me Gülendam Nesirli, finalista de Estudos Internacionais e verdadeiro símbolo da simpatia dos azeris.
Saboreio um gelado enquanto os azeris e os ainda escassos turistas vão apreciando o crescente glamour de uma gradual classe média ávida de se distinguir pela ocidentalização do seu trajar. É um dos lugares privilegiados para festivais públicos, espectáculos e celebrações.
Cidade fortificada
Esta zona (cidade velha) é Património Mundial da UNESCO. As vigorosas e bem conservadas muralhas chamam cada vez mais turismo ao seu interior, que convive com muitos edifícios históricos e monumentos, incluindo o Palácio dos Shirvanshahs e a Torre da Donzela. As altivas paredes afagam um vasto legado de tempos idos que merecem visita. E que podem ser explorados em apenas um dia.
O Palácio dos Shirvanshahs (século XV) é típico da arquitectura azeri. Trata-se de um complexo que assinala a transferência da capital para Bacu e no qual se pode apreciar o paço Divanhane, a mesquita de Shah de um só minarete, o cemitério, o singular mausoléu do “santo” Seyid Yahya Bakuvi, um reservatório de água, restos de casas de banho e a imponente porta Murad.