Fugas - Vinhos

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Será Portugal 'o mais excitante país de vinho' do momento?

O enorme sucesso do Porto Vintage 2011 mostra que (ainda) não há razões para ser tão pessimista, mas o vinho do Porto só terá futuro se continuar a emagrecer nas categorias mais baixas e reforçar a aposta nas categorias especiais. Ou seja, tem que vender menos mas mais caro. Só que isso terá custos económicos e sociais terríveis no Douro, e tanto o Instituto dos Vinhos do Douro e Porto como a tutela têm dado mostras de não possuírem qualquer estratégia para enfrentar o problema.

Também nos vinhos do Douro há um problema sério por resolver: o excesso de produção (cerca de 70 mil pipas a mais por ano), que tem conduzido a um crescente abaixamento dos preços das uvas e dos vinhos. Mas o ambiente geral ainda se pode considerar de euforia, com cada vez mais produtores a apostar nos vinhos tranquilos e também com cada vez mais vinhos do Douro a merecer reconhecimento internacional. Matt Kramer confessa-se espantado com a rapidez com que tudo está a acontecer nesta região. Há pouco mais de 15 anos, poucos sabiam fazer bons vinhos tranquilos. Agora, os melhores vinhos durienses são “realmente de classe mundial na sua originalidade, sabor, distinção, carácter, profundidade e finesse”, sublinha.

O colunista americano estende o elogio ao resto do país, agora que começa finalmente a tirar partido da enorme diversidade de castas que possui. “Até muito recentemente, o português fez um trabalho muito pobre com este património. Muitas vezes os vinhos surgiam sujos na degustação, provenientes de barris velhos e imundos. (…) Agora Portugal está a jorrar vinhos deslumbrantes”, enfatiza.

Um desses vinhos é o Quinta Foz de Arouce Tinto 2010, um dos melhores vinhos que provou em 2013. Depois de se instalar no Porto, a primeira visita que Matt Kramer fez foi precisamente ao produtor desse vinho das Beiras, para conhecer o lugar e a história que está por trás. A visita vem relatada no segundo post escrito a partir de Portugal, publicado na passada terça-feira e escrito com o mesmo encantamento que viveu quando, no regresso, passou pelo Palace Hotel do Bussaco e provou alguns vinhos da casa, incluindo um branco de 1958 ainda cheio de vida.

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