Ao contrário do que muitos podem pensar, a opção por castas tintas na elaboração de vinhos espumantes brancos é vulgar… e em muitos casos desejável. Se na região original de Champagne as castas tintas eleitas são o Pinot Noir e o Pinot Meunier, em Portugal é mais habitual ver a presença da Baga, embora por vezes a opção recaia em castas como a Touriga Franca, Touriga Nacional ou Castelão na composição dos lotes.
A opção pelas variedades tintas tornou-se tão comum que o sector dos vinhos espumantes acabou por cunhar dois designativos especiais, blanc de blancs e blanc de noirs, substantivos que indicam respectivamente se o espumante branco foi elaborado com base em castas brancas ou castas tintas. Os espumantes poderão ainda ser apresentados em versão rosé ou, menos habitualmente, em versão tinta. Se os espumantes tintos costumam ter poucos adeptos dentro e fora de fronteiras por se apresentarem demasiado ríspidos, os espumantes rosados podem em muitas circunstâncias atingir o zénite absoluto, apresentando-se frequentemente como o apogeu desta categoria de vinhos. Quando bem conseguidos, aliam a frescura e alegria naturais dos vinhos espumantes com a euforia da fruta suave e insinuante, juntando o melhor de dois mundos.
Brancos ou rosados, os vinhos espumantes devem ser bebidos a temperaturas frescas, num intervalo que deverá oscilar entre os seis e os oito centígrados. Pelas suas características gasosas, pelo desprendimento da bolha e consequente libertação de gás, o espumante deve ser sempre consumido muito fresco. Da próxima vez que pensar em vinho espumante não se coíba de o servir como acompanhamento na refeição. Os vinhos espumantes são extraordinariamente versáteis e apropriados para uma utilização muito mais vasta que a simples bebida de festas de aniversário ou de épocas festivas.