E porque a aprendizagem é constante, o enólogo viajou no ano passado para a Geórgia – que é, com Portugal, o país que nunca abandonou completamente a produção de vinho de talha – para conhecer os métodos locais. “Eles enterram as ânforas, para controlar a temperatura e evitar explosões. Nós aqui vamos arrefecendo com água, regando-as várias vezes ao dia.”
Numa altura em que um pouco por todo o mundo vinícola se anda a falar em ânforas (que mesmo muitos países sem tradição nesta técnica estão a usar para o estágio dos vinhos), a Geórgia tem chamado a atenção. No entanto, sublinha Domingos Soares Franco, naquele país os maiores conjuntos de ânforas não ultrapassam as dez. Nada que se aproxime da dimensão do que vemos na José de Sousa (que está aberta a visitas).
Portugal, e em particular o Alentejo, a região onde existe verdadeiramente esta tradição, “deve tirar partido do que tem”, defende o enólogo “Não podemos ficar parados. E é preciso que ninguém que estrague a galinha dos ovos de ouro, vendendo a dois euros a garrafa ou dizendo que só porque passou por talha é vinho de talha. Tem que se seguir o que era feito antigamente. Temos que aproveitar a nossa história ao máximo.”
O Puro Talha Branco 2015 (30 euros) e o Puro Talha Tinto (35 euros), da José de Sousa, chegam ao mercado em Outubro.