Fugas - motores

Miguel Manso

Um só motor, muita versatilidade

Por João Palma

Pela acessibilidade e versatilidade é um carro para famílias numerosas, com idosos ou crianças. Tem qualidades de monovolume e de carrinha e o bónus de dois lugares extra.

A segunda geração do monovolume Mazda5 foi lançada na Europa em Outubro de 2010 com dois motores a gasolina 1.8 de 115cv e 2.0 DISI de 151cv. Em Portugal, a marca nipónica retardou o lançamento para coincidir com a introdução do motor MZ-CD 1.6 de 115cv e nem sequer disponibiliza as motorizações a gasolina. A Fugas conduziu o Mazda5 a gasóleo na sua versão mais bem equipada, que custa 32.924 euros (preço-base, 29.799 euros).

Só com uma única motorização e praticamente sem opções, à excepção da pintura metalizada, (itens como o sistema de navegação ou o alarme só estão disponíveis como acessórios), o valor anunciado é o do preço real do veículo sem custos escondidos. Há, no entanto, três patamares: 29.799 euros a versão-base; 31.344 euros com portas laterais eléctricas e faróis de xénon; e acrescentando estofos em pele, o preço sobe para 32.563 euros. No caso do veículo que conduzimos, inserido no patamar superior, havia ainda que adicionar os 360 euros da pintura metalizada.

Um pormenor curioso é que a marca japonesa designa este monovolume como Mazda5 SW. A sigla SW, normalmente, significa "station wagon", isto é, carrinha. Porém, a Mazda refere que, no caso deste veículo, SW se traduz por "superior wagon". No entanto, na página portuguesa da Mazda na internet, o monovolume vem referido como "uma carrinha superior". Isto é, com a sua designação e dado a Mazda não oferecer uma carrinha no segmento médio inferior, o Mazda5 SW pisca o olho não só a potenciais clientes de monovolumes como também aos de carrinhas.

A evolução do motor 1.6, a gasóleo, agora com 115cv e que substitui o 2.0 de 143cv do anterior Mazda5, embora menos potente, revela-se suficiente para deslocar os 1415 kg do veículo mais os ocupantes. O único senão é que demora a reagir abaixo das 1800 rotações, só mostrando a sua força a partir desse patamar, sendo necessário pisar bem no acelerador, durante o arranque, para que o carro comece a responder. Em contrapartida, para além de uma redução na fiscalidade, devido à menor cilindrada do actual propulsor, há também, segundo a marca, uma diminuição de 14,8 por cento nos consumos e de 13,2 por cento nas emissões.

A Mazda anuncia um consumo combinado de 5,2 l/100 km; a Fugas, num percurso misto em cidade, estrada, estrada de montanha e auto-estrada, com até 5 ocupantes e troços com tráfego intenso e engarrafamentos obteve uma média de 7,6 l/100 km. A caixa manual de 6 velocidades é precisa e bem escalonada. Em cidade, desde que haja espaço, graças à posição de condução alta, à visibilidade para trás e aos sensores de estacionamento traseiros, o Mazda5 não é particularmente difícil de arrumar. No entanto, dadas as suas dimensões, seriam bem-vindos uns sensores de estacionamento dianteiros.

O grande trunfo deste modelo, herdado da geração anterior, é a sua modularidade e habitabilidade, em especial se o condutor tiver menos de 1,80 m (ver caixas), bem como a facilidade de acesso graças às portas laterais deslizantes e ao piso baixo. À semelhança de modelos similares de outras marcas, a confi guração de 7 lugares só serve para deslocações curtas, pois a capacidade da mala fica reduzida ao mínimo (112 litros). E se o espaço interior é amplo e bem aproveitado, os plásticos usados na consola e no tablier são duros e pouco agradáveis ao tacto.

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