Fugas - motores

Nesta revisão do modelo, o nariz do capot foi aligeirado

Nesta revisão do modelo, o nariz do capot foi aligeirado DR

Nova alma e mais consciência ambiental

Por Luís Filipe Sebastião

É para a família e, tecnologicamente, preocupa-se com o futuro dos mais novos. A Fugas aponta o que mudou na renovada carrinha do emblema gaulês

Pequenos retoques estéticos e novas soluções tecnológicas permitem à Peugeot 308 SW renovar a imagem e melhorar a eficiência ambiental, através de menores consumos de combustível e de uma redução de emissões poluentes. A motorização turbodiesel de 1.6 litros, com 112cv, beneficia de um sistema Stop&Start de ultima geração de funcionamento muito promissor.

A carrinha 308 leva cerca de quatro anos desde o lançamento e, por isso, esta remodelação era esperada. A aparência geral mantém-se, embora alguns detalhes a aproximem mais das actuais linhas de identidade da marca francesa. O característico nariz do capot foi aligeirado e a grelha, em forma de boca, ganhou frisos cromados, com a placa de matrícula ao meio. Os faróis de nevoeiro são enquadrados pelo pontilhado das luzes diurnas em LED e as dimensões permanecem idênticas. A secção traseira elevada - que do ponto de vista estético não deslumbra - facilita o acesso ao compartimento de carga, que chega os 470 litros e pode acolher dois bancos suplementares opcionais (560 euros) amovíveis sob o piso, aumentando a lotação para sete ocupantes.

O interior espaçoso, à frente e atrás, peca pela ausência de compartimentos específicos na consola central para acomodar uma carteira (existe apenas um adequado para alguns formatos de telemóvel). Isto, claro, sem contar com o espaço generoso nas portas ou por baixo do apoio de braços. Os revestimentos são de qualidade - da borracha no tablier aos plásticos na consola -, e disfarçam bem outros mais rugosos nas zonas inferiores. Menos atenção parece ter recaído sobre o material usado na chapeleira e na ausência de uma solução simples (como na 508) para facilitar a utilização da cobertura da mala. O tecto panorâmico em vidro (fixo) garante ampla luminosidade.

O bloco 1.6 e-HDi, de 112cv, beneficia da "tecnologia micro híbrida" que lhe permite uma maior eficiência ambiental. Parêntesis: à semelhança de outros construtores, a terminologia "híbrida" nada tem a ver com a presença de um motor auxiliar eléctrico. O sistema consiste na associação ao motor HDi de um alternador reversível que assegura a função Stop&Start, recupera energia da desaceleração para uma bateria, que depois debita um suplemento energético no arranque (e-booster). Resultado: menos 15 por cento de consumo na cidade (logo, menos CO2) e arranque mais rápido.

Na prática, o sistema funciona de forma muito suave e "corta" o funcionamento do motor em velocidades abaixo dos 20 km h, à aproximação, por exemplo, de um semáforo. Para tanto, basta colocar a precisa transmissão manual de seis velocidades em ponto morto. Para retomar a marcha só tem que se engrenar a mudança e pisar a embraiagem.

O desempenho deste turbodiesel revela-se à altura da maioria das solicitações, precisando apenas de mais trabalho de caixa com a lotação e a capacidade de carga completas. A suspensão filtra bem os pisos mais degradados e proporciona bom apoio por caminhos sinuosos. Só em situações muito peculiares se sente que podia ser mais firme. A direcção ganhava com um maior aprumo, mas ainda assim permite corrigir satisfatoriamente as trajectórias mais apertadas.

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