Perante a tibieza do motor 1.2, recordei-me da primeira vez que conduzi um Daewoo Kalos, antepassado deste Aveo. Também era um carro lento, que obrigava a "espremer" a mecânica para tentar manter um ritmo razoavelmente animado. Mas com uma diferença abissal: o Kalos "gritava", emitia um ruído desagradável, enquanto este Aveo se mantém silencioso, o que contribui para uma experiência de condução globalmente agradável. Ou seja, se quem for ao volante não valorizar as performances, conduzir o Aveo será sempre gratificante.
Os 15.250 euros que a Chevrolet pede por esta versão LTZ (a gama começa nos 11.900 euros) não deixam de ser competitivos considerando o nível de equipamento do carro. E aqui elogie-se o facto de o programa electrónico de estabilidade (vulgo, ESP) ser de série em toda a gama, o que, infelizmente, está longe de ser regra na categoria dos utilitários. Mas como a crise obriga a generalidade das marcas a proporem preços competitivos, ainda recentemente foi possível ver modelos como o Honda Jazz ou o Peugeot 207 propostos por valores mais em conta do que o Aveo LTZ. Dois carros com um prestígio a que este Chevroler por certo aspira, mas que ainda não atingiu.
Barómetro
+ Condução agradável, insonorização, Programa Electrónico de Estabilidade de série
- Motor pouco expedito, consumos, ruídos parasitas em fase embrionária
Maior com outra carroçaria
A bagageira do Aveo tem 290 litros de capacidade, o que o coloca dentro da média do segmento. Inclui também um fundo amovível que permite esconder objectos (desde que não muito altos) de olhares mal intencionados. Já mais criticável é o facto de esta incluir um kit anti-furo, solução que, consoante o tipo de furo, pode ser ineficaz, e acarreta mais custos para o utilizador. Quem precisar de uma bagageira maior, o Aveo volta a propor uma carroçaria de quatro portas, com uns excelentes 502 litros de capacidade.
À procura de melhor resultado
A Chevrolet está longe de figurar no quadro de honra do consórcio Euro NCAP, que testa o comportamento dos automóveis em caso de colisão. O anterior Aveo, avaliado em 2006, não foi além de uma estrela e meia num máximo de cinco. No entanto, a marca está a evoluir também neste campo e, em 2009, o citadino Spark foi classificado com quatro estrelas, ao passo que o familiar Cruze atingiu o tal máximo de cinco. Por isso, espera-se que este Aveo também possa obter um bom resultado. O facto de a marca lhe ter incluído no equipamento de série o Programa Electrónico de Estabilidade (o Euro NCAP também valoriza os dispositivos de segurança activa) vai nesse sentido.
Ainda há mais lento
Este Aveo 1.2 LTZ tem um consumo anunciado de 5,5 l/100 km. Já as versões LS e LT, menos equipadas, são designadas como Eco e apresentam um consumo médio de 5,1 l/100 km. Como é que a Chevrolet conseguiu esta redução? Com relações finais de caixa mais longas, pneus mais finos, um menor peso do carro e uma altura ao solo inferior em 10 mm. Ou seja, as versões Eco são ainda menos despachadas (apesar de apresentarem uma velocidade máxima superior), mas -lento por lento -, então afigura-se mais inteligente optar por estas, já que são mais poupadas nos gastos de gasolina.