Fugas - motores

Paulo Pimenta

Um carro calmante

Por Aníbal Rodrigues

Ao preço que a gasolina está, o melhor é ser-se sensato ao volante. E se é para andar devagar, este Chevolet Aveo está adaptado às circunstâncias que vivemos, mas sem que isso faça dele um exemplo de economia

A Chevrolet é mais conhecida por praticar preços sensatos. Mas é também a marca que dá cartas no Campeonato Mundial de Carros de Turismo e que tem no seu catálogo desportivos tão emblemáticos quanto o Camaro e o Corvette, verdadeiros ícones da cultura norte-americana. Entre estas duas vertentes, venceu a primeira a mais adaptada aos dias que correm, na concepção do novo Aveo. Um carro que, perante as adversidades do relevo, não adianta esmagar o acelerador nem recorrer à caixa de velocidades. É ele a impor o ritmo. Lento.

Os mais atentos à actualidade automóvel por certo já terão notado a rápida evolução dos carros sul-coreanos, cada vez mais ameaçadora para os fabricantes europeus e japoneses. Sendo o Aveo também oriundo da Coreia do Sul, é justo reconhecer a melhoria global que representa face ao seu antecessor. Por outro lado, sem ser um exemplo de beleza, a estética também evoluiu, ao misturar uma aparência de toque desportivo, com pormenores do universo das motos, caso dos faróis dianteiros e farolins traseiros ou do painel de instrumentos no interior.

É precisamente no habitáculo que mais se nota o esforço feito pela Chevrolet para agradar. Isto, apesar de os plásticos serem todos duros e, em mau piso, notar-se que os ruídos parasitas poderão surgir daqui a mais uns milhares de quilómetros. A aparência geral satisfaz e há pormenores invulgares como o aviso sonoro quando o condutor se esquece de desligar o "pisca". Existem ainda vários locais de arrumação, incluindo uma gaveta por debaixo do banco passageiro dianteiro -alguns deles com "tapetes" em borracha -, uma ranhura para colocar cartões ou um porta-luvas duplo.

O Aveo inaugura a plataforma da General Motors que será utilizada na próxima geração do Opel Corsa. Uma base de trabalho que, no caso do Aveo, permitiu obter uma habitabilidade suficiente para quatro adultos. Também a bagageira se encontra dentro da média do segmento dos utilitários, tantas vezes convocados para serviço familiar.

Conduzir o Aveo é uma tarefa pacífica a vários níveis. É um veículo cómodo, cujo comportamento saudável em estrada não coloca dificuldades ao condutor. Já para quem quiser explorar-lhe as capacidades, é possível fazer escorregar um pouco a traseira em curva. Os 86cv do motor a gasolina 1.2, oriundo do Opel Corsa, poderiam fazer supor andamentos mais animados. Mas não. É lento, principalmente nas recuperações de velocidade ou em subidas (tudo piora com o ar condicionado a funcionar), e não vale a pena acelerar mais ou engrenar mudanças abaixo, porque o ritmo, vagaroso, não altera. E se, no outro prato da balança, estivessem consumos de gasolina baixos, tudo seria mais aceitável. Mas também não é o caso e convém contar com gastos a rondar os 8,0 l/100 km.

Para quem quiser um Aveo com mais músculo, a opção imediata é o motor 1.4, a gasolina, com 100cv e caixa de velocidades manual de série ou, em opção, uma caixa automática de 6 relações. Mas se o objectivo for somar mais performance e maior poupança de combustível então será necessário esperar pelo último trimestre deste ano, altura em que ficará disponível o motor 1.3 turbodiesel de 95cv (conhecido de modelos Opel, por exemplo), dotado de caixa de seis velocidades e sistema Start/Stop de paragem e arranque automático do motor.

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