É a nova geração Beetle, por terras lusas conhecido pelo carinhoso nome de Carocha. Uma nova geração em vez de um novo Beetle. Isto porque, desta vez, a Volkswagen recusa a designação de "novo", usada no modelo lançado em 1998, preferindo uma aproximação mais familiar: dizem tratar-se do "bisneto" do velhinho Carocha de 1938 que Ferdinad Porsche projectou e Adolf Hitler abençoou.
Inspirado no modelo de estreia, o Carocha do século XXI, como se faz apresentar, rejeita quaisquer trejeitos retro mas também não sofre de problemas geracionais. I.e., não renega as suas raízes - e até foi buscar alguns elementos emblemáticos ao passado, como o caso do segundo porta-luvas na frente do tablier ou o trio de mostradores extra, no topo do mesmo, com relógio, indicador da temperatura do óleo e de pressão - ao mesmo tempo que se foca no presente e vai piscando o olho ao que o futuro lhe reserva: apresenta-se pela primeira vez com sistema de navegação e pode ser equipado com um mega sistema de som com a assinatura da norte-americana Fender.
Além disso, chega já com um currículo de estrela: estreou-se em Novembro de 2010 no programa da norte-americana Oprah (com os fãs da conhecida apresentadora a receberem uma chave do modelo ainda não comercializado) e, em Abril deste ano, num só dia fez a sua apresentação em três continentes: na Ásia, com a apresentação no Salão de Xangai; na Europa, no Ewerk de Berlim com os belgas 2manydjs; e, por fim, na América, com um concerto em Nova Iorque que contou com os Black Eyed Peas.
Tudo para fazer jus ao modelo que a marca afirma ter "um lugar especial no coração" e "na história" da Volkswagen - e um invejável número de vendas: a primeira geração produziu 21,5 milhões de veículos (já o modelo de 1998 vendeu um milhão e picos) -, e que desperta a atenção por onde quer que passe. Em movimento ou não. No fim de Julho, numa artéria berlinense, vários modelos em exibição, entre os quais não faltou o ídolo "hollywoodesco" Herbie, pararam o trânsito pedonal e até abrandaram o automóvel - a qualquer hora do dia ou da noite...
Por tudo isto, o Beetle do século XXI chega pronto a cumprir o que se espera de um "símbolo de liberdade", ao mesmo tempo que a VW o apresenta como um carro "desportivo, masculino e musculado". Atributos que servem para pôr um ponto final ao mito criado pela última geração de que este seria um carro de mulheres.
A verdade é que continua a ter muitas qualidades que atraem consumidores no feminino, como a sua frente marcada por ópticas redondas (há como opção luzes bi-xenon que, quando encomendadas, são complementadas por luzes diurnas em LED), mas agora propõe-se a (re)conquistar os condutores no masculino com aqueles traços evidenciados pelas suas revistas proporções: é mais largo (84 mm), com a distância entre eixos a crescer mais de 2 cm, mais baixo (menos 12 mm) e mais comprido (152 mm). O resultado é um vidro frontal mais alto e um final de traseira que completa a meia-lua que remete para o Beetle original, beneficiando em altura os lugares traseiros. Já a capacidade da bagageira aumentou significativamente para 310 litros.