Fugas - motores

Daniel Rocha

Continuação: página 2 de 3

O quarentão está aí para as curvas

Em auto-estrada, porém, a conversa muda de figura: seja em modo ecológico ou não, assim que se sentem embalados, os 100cv desatam a galopar sem que os consumos disparem por aí além - o que é fácil de controlar nas cores que se vão desenhando no sobrepainel em linha com a visão: verde, em baixo consumo; azul claro, em consumos mais elevados; azul escuro, em números absurdos. Ao lado, um ecrã onde se podem ir lendo todas as informações relevantes sobre o funcionamento automóvel, assim como visualizar a traseira através da câmara. O painel, com mostradores redondos debruados a cromado, é reservado para o conta-rotações em grande destaque, ladeado pelos controladores de temperatura e combustível que, em conjunto com uma consola central mais focada no info-entretenimento, confere um ambiente de sobriedade a todo o interior. Já por todo o habitáculo não falta arrumação: do porta-luvas a compartimentos mais discretos, este Civic oferece buraquinhos onde enfiar tudo e mais alguma coisa.

Somando todas as suas características, o Civic 1.4 a gasolina será mais apetecível ao mercado luso do que o 1.8 a gasolina ou o 2.2 diesel. Mas é muito provável que o lugar de preferido seja relegado para segundo plano em 2013, quando a Honda der o salto com o aguardado bloco 1.6 diesel, com 120cv e emissões abaixo dos 100 g/km. Aguardemos.

 

Pouco intuitiva
Com a marcha atrás posicionada mesmo ao lado da 6.ª velocidade e sem nenhum truque para a engatar, a caixa revela-se pouco intuitiva, obrigando a uma redobrada atenção de cada vez que se pretenda passar de uma 5.ª para uma 6.ª. Já para não se deixar cair as rotações entre as passagens de caixa é necessário "puxar" pela mudança anterior, prejudicando a média de consumos sobretudo em circuito urbano, subindo além dos 6,7 litros anunciados.

Espaçoso
Com o truque de um cadafalso e sacrificando o pneu suplente, a Honda aumentou a bagageira em 70 litros, permitindo uma surpreendente capacidade de arrumação: quase que se fez as compras do mês sem que se tivesse de mexer nos bancos traseiros, que voltam a apresentar características "mágicas": dobram-se, reviram-se, sobem e baixam para que se consiga transportar quase tudo. Na posição original, foram trabalhados no sentido de dar mais espaço aos passageiros: dois viajam à larga; três não se atropelam; os mais altos sentem a proximidade do tecto.

Ecológico
Basta pressionar um pequeno botão para todo o funcionamento do carro se transformar. O controlo de injecção de combustível é accionado, o sistema de reinício automático torna-se mais sensível e até o ar condicionado se ajusta aos parâmetros desejáveis. Como resultado, o consumo baixa e as emissões são reduzidas. É certo que as performances acusam um certo desagrado, mas, justifica a marca, "não se pode ter tudo".

O corte do aileron
É um clássico do Civic e este não podia simplesmente desprezar um dos seus símbolos. Mesmo tendo em conta as reacções de desagrado em relação à falta de visibilidade traseira na última geração. Vai daí, a marca não só reviu o desenho do painel, como disponibilizou uma câmara traseira como apoio ao estacionamento (de série neste nível de equipamento Sport).

--%>