Os mercados europeus, Portugal incluído, adoram carros a diesel, mas no segmento dos citadinos, em que os preços baixos são quem mais ordena, já não é tanto assim. Tem surgido novos modelos sem motores a gasóleo e houve até marcas que começaram por propor esta alternativa por cá e agora desistiram dela - caso dos Citroën C1/Peugeot 107 e Opel Agila/Suzuki Splash. A prevalência de motores a gasolina chega mesmo ao ponto de fazer do Fiat Panda o único representante a diesel com cinco portas entre os citadinos, o que poderá ser benéfico para a marca italiana.
Mas destaque-se, desde já, o que mais notabiliza este Panda: os baixos consumos. Mesmo conduzindo sem preocupações de poupança e com momentos em que se procurou explorar as capacidades máximas do motor 1.3 turbodiesel, feitas as contas, após o reabastecimento, gastou 4,5 l/100 km. Isto significa que, quem optar por uma atitude mais calma ao volante, não será difícil de antever gastos a rondar os 4 litros.
O motor 1.3 Multijet de 75cv é o principal "culpado" desta frugalidade, mas para estes resultados contribuem também as sugestões de passagens de caixa no painel de bordo e o sistema Start&Stop, que desliga e liga o motor aquando das paragens e consequente arranque. Não sendo o melhor dispositivo do género que conhecemos (esse título vai para a PSA Peugeot/Citroën) funciona correctamente. No entanto, por vezes o Panda pára e o motor não desliga sem que se perceba porquê.
Se ao gasto comedido de gasóleo se juntar uma manutenção em conta ou o facto de a corrente de distribuição do motor ser metálica, este Panda dá que pensar para quem se preocupa, em primeiro lugar, com a economia. Além disto, o motor mostra-se despachado e é perfeitamente aceitável sair dos limites da cidade e enfrentar estradas ou auto-estradas. A insonorização, não sendo espantosa, é bastante aceitável e só a caixa de velocidades dá sinais de preferir um tratamento mais calmo em vez de passagens rápidas (pouco condizentes com um citadino).
Provavelmente, há quem considere que o desenho deste Panda perdeu personalidade face ao modelo anterior. De facto, esta segunda geração parece-se mais com outros carros. As dimensões exteriores aumentaram em todos os sentidos, mas sem que isso tivesse reflexos por demais evidentes ao nível da habitabilidade ou da mala, que se mantêm idênticas às do modelo anterior, o que quer dizer valores razoáveis tendo em conta as dimensões exteriores.
O facto de o Panda ser maior teve reflexos na segurança passiva, com a avaliação do Euro NCAP, em caso de embate, a evoluir das anteriores três estrelas para as quatro actuais (ainda assim, uma estrela abaixo da classificação máxima). Os interiores continuam a utilizar plásticos rijos, mas com uma clara evolução face ao anterior modelo, fabricado na Polónia, ao passo que esta geração é feita em Itália. Pena que o banco traseiro continue a rebater por inteiro e não nas proporções 1/3 e 2/3, como é mais vulgar. Uma evolução interessante é o facto de o Panda já não possuir tampa do depósito de combustível de enroscar, que foi substituída por uma borracha na portinhola. A marca garante ainda que o bocal é a prova de erro: não se pode colocar gasolina num diesel e vice-versa.