É preciso ter mão nas rédeas para controlar os 200cv que comem "fava super" (gasolina 98), mas a direcção, muito precisa, responde com prontidão a quaisquer toques no volante. A caixa manual de 6 velocidades tem relações curtas como convém a um desportivo. Em opção, por 42.810€, o GT86 pode ter uma caixa automática com 6 relações mais longas, médias de consumo e emissões mais baixas (respectivamente, 7,1 l/100 km e 164 g/km de CO2 e performances inferiores: 210 km/h de velocidade máxima e 8,2s dos 0 aos 100 km/h). Refira-se que a versão com caixa automática é a Sport, a mais bem equipada, e o GT86 Sport com caixa manual custa 41.145€.
O principal responsável pela concepção deste carro é Tetsuya Tada, engenheiro-chefe da Toyota, que, contra ventos e marés (e até certa relutância inicial da Subaru, que a princípio só se dispôs a fornecer o motor), insistiu que o GT86 deveria ter tracção traseira, motor atmosférico capaz de ultrapassar as 7000 rotações sem recurso a turbo e pneus normais sem ser os enormes "sapatos" de um típico desportivo -os Michelin Primacy 215/45 R17 do GT86 também equipam o Prius!
Este elegante coupé de 2+2 lugares tem um design marcadamente desportivo com um certo ar retro, a lembrar carros do século passado. Os dois lugares da frente são confortáveis e os bancos sujeitam bem o corpo numa condução desportiva em curva. Os lugares de trás, embora disponham de fixações Isofix, são nominais: se o condutor tiver mais de 1,75m de altura tem de encostar o seu banco ao traseiro e o banco do pendura terá de se chegar muito à frente, para que alguém possa caber atrás. Os responsáveis da Toyota sugerem mesmo que o espaço traseiro possa servir para armazenar um jogo de pneus especiais se se quiser participar num track-day. A mala tem formato regular, mas a abertura não permite a entrada de objectos de maiores dimensões. Lamentável é que, sob o seu fundo, em clara contradição com a pureza do espírito revivalista deste modelo, se aloje um kit de "reparação" de pneus...
Os pedais em alumínio e o visual do habitáculo indicam que estamos em presença de um desportivo e, ao pisar o acelerador, o ronco agradável e característico também não deixa dúvidas. O Toyota GT86 não é o carro mais rápido nem o mais potente e é preciso fazer subir as rotações para se desfrutar de todas as potencialidades do motor. Porém, em curvas lentas e circuitos sinuosos tem um comportamento brilhante, graças não só à direcção muito precisa e de resposta pronta mas também a um diferencial traseiro autoblocante que melhora a tração e a aderência numa condução mais exigente. Baixo peso, baixo centro de gravidade e um coeficiente aerodinâmico (Cx) de apenas 0,27 completam os atributos deste veículo.