É como aqueles passatempos de "Descubra as Diferenças": o Seat Toledo e o Skoda Rapid, produzidos na mesma linha de montagem da fábrica checa de Mladá Boleslav do grupo Volkswagen, partilham motores, mecânica e restantes atributos, têm a mesma silhueta de três volumes e 4 portas e só diferem no design da frente e da traseira. Com preços a começar abaixo dos 18.000€, o Toledo é mais "rapid" no lançamento do que o modelo da Skoda: estará à venda já em Outubro, ao passo que o carro checo só virá em 2013.
O Toledo marca a história da ligação da Seat ao grupo Volkswagen: lançado em 1991, foi o primeiro modelo do construtor espanhol projectado e fabricado sob a égide do grupo alemão. Se o primeiro Toledo foi um ponto alto, a 3.ª geração, lançada em 2004 e cujo fabrico se prolongou até 2009, foi uma aposta falhada. Não tanto na mecânica (com a garantia do grupo Volkswagen), mas em especial na concepção e design. Por isso, o lançamento desta 4.ª geração, após um interregno de três anos, foi tratado com especial cuidado e a marca espanhola jogou pelo seguro para evitar fracassos.
Com apresentação internacional em Toledo, a bonita cidade espanhola que lhe deu o nome e é Património Mundial da Humanidade, o modelo do segmento C do fabricante espanhol do grupo Volkswagen, ao contrário de outros modelos da Seat que se distinguem pelo design, não se destaca pelo visual: o Toledo é um três volumes de linhas clássicas e conservadoras que não entusiasma às primeiras impressões. Aliás, como o seu irmão gémeo Skoda Rapid.
Porém, o que foi escrito aqui na Fugas sobre o Rapid aplica-se ao Toledo: não é a estrela de cinema ou das passerelles dos nossos sonhos, mas pode muito bem ser o parceiro que escolhemos para constituir família. O Seat Toledo, posicionado entre o Ibiza e o outro modelo do segmento C, o mais sofisticado Léon (com lançamento em 2013), está vocacionado para ser o único carro de uma família, com motorizações VW que primam pela economia de consumos e razoabilidade de performances.
Tal como o Rapid, tem habitáculo espaçoso para cinco ocupantes, uma mala de 550 litros (1490 litros com os bancos traseiros rebatidos) igual à do carro checo - valores de referência no segmento - e a capacidade de se rebater o banco traseiro do meio, criando um espaço para se transportar objectos mais compridos. Sob o fundo da bagageira, ambos os modelos têm uma roda sobresselente com as mesmas dimensões que as outras quatro - o que destrói o argumento de ganho de espaço usado por outras marcas para justificar a inclusão do injustificável kit de "reparação de pneus".
O Seat Toledo, apesar da configuração da carroçaria, tem mais espaço de mala que muitas carrinhas. O único óbice poderá ser a linha mergulhante da traseira em contraposição com o formato mais quadrado de uma carrinha, que poderá dificultar o transporte de volumes com formato mais alto.
Este não é um veículo de luxo, pelo que a qualidade dos estofos e acabamentos não é a mais elevada. No entanto, estão à altura do exigível, notando-se até um certo cuidado.