As obras devem poder começar "o mais tardar em Maio", segundo avançou à Lusa o presidente da câmara, Basílio Horta.
A reabilitação do imóvel será efectuada "através de um empréstimo especial da União Europeia" e a componente de construção será na ordem dos 1,3 milhões de euros. O equipamento da unidade ficará a cargo do vencedor do concurso.
O projecto vai assentar num conceito inovador na vila, que possui uma notória carência de unidades hoteleiras. "Será um 'hostel' em suítes. Vamos oferecer quartos familiares de seis a oito pessoas, quartos individuais e um conjunto de seis suítes do mais luxuoso que há", adiantou Basílio Horta.
O novo "hostel" ocupará um edifício do século XIX, que se encontra em ruína há décadas. O escritor Ferreira de Castro escreveu neste local parte da sua obra.
Situado nas traseiras do Palácio Nacional de Sintra, o imóvel chegou a ter um projeto para ampliar a oferta do Hotel Tivoli Sintra, mas a cadeia hoteleira desistiu do investimento.
O autarca acrescentou que o novo "hostel", pelo sítio onde está, vai oferecer "alta qualidade, mas com preços que não atinjam os valores" deste nível de unidades. Basílio Horta acredita na compatibilização de uma oferta de alta qualidade através de preços "mitigados pelos quartos familiares e individuais".
A Câmara de Sintra exerceu o direito de preferência na aquisição do Hotel Netto por 600 mil euros. A decisão não foi pacífica no executivo municipal. Os eleitos do movimento independente Sintrenses com Marco Almeida questionaram os motivos para a autarquia comprar um imóvel que ia ser adquirido pela Parques de Sintra-Monte da Lua, sociedade onde a câmara detém 15% do capital.
Basílio Horta defendeu a aquisição por ser "um bom negócio" e permitir dar um sinal do empenho na câmara na reabilitação do centro histórico, através da instalação de um "hostel" destinado à juventude.
A aquisição foi aprovada pelo PS, PSD e CDU, com a oposição dos vereadores da lista de Marco Almeida. O ex-vice-presidente da câmara pelo PSD contestou o gasto de verbas municipais num projecto que já estava garantido por uma sociedade de capitais públicos.
O presidente da autarquia salientou à Lusa que o centro histórico será objecto de uma área de reabilitação urbana (ARU).
Além do projeto do Hotel Netto, serão incluídos nesta ARU, a desenvolver com apoio de verbas comunitárias, outros imóveis degradados na vila, como um conjunto de edifícios junto às escadinhas do antigo hospital.
