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Mónica, a portuguesa que anseia pelo frio polar

Por Mara Gonçalves

Percorrer o Círculo Polar Ártico durante três dias num trenó puxado por cães com tudo pago? É esta a proposta do concurso Fjällräven Polar 2015. E há uma portuguesa no top 4 dos candidatos mais votados. Qualquer pessoa pode votar ou inscrever-se até dia 12.

Perguntou num post no Facebook quem lhe oferecia uma viagem, num misto de “brincadeira” e “desabafo”. Umas das respostas foi um link para o Fjällräven Polar feita pelo amigo Pedro Alves, um dos participantes nesta aventura pelo tundra do Ártico em 2012.

E foi assim que Mónica Almeida, uma bióloga portuguesa de 30 anos que mora em Sesimbra, se tornou uma forte candidata a  um lugar na edição do próximo ano deste concurso que levará 20 pessoas de diferentes partes do mundo numa viagem pelo Circulo Polar Ártico, com todas as despesas pagas, do equipamento e roupa aos bilhetes de avião. Entretanto, surgiu outro candidato luso, Paulo Pinho, mas, ao tempo de publicação deste artigo somava apenas 7 votos. Já Mónica aproximava-se dos 4000, a cerca de apenas 1800 votos de distância do líder, o paquistanês Moin Khan.

A viagem-prémio irá realizar-se de 8 a 11 de Abril de 2015, com os participantes seleccionados a guiarem um trenó puxado por cães ao longo de quase 300 quilómetros, desde Signaldalen, na Noruega, até às florestas junto a Jukkasjärvi, na Suécia. Pelo caminho, conta a organização no site do evento, irão atravessar “tundras estéreis, lagos congelados e florestas nas montanhas cobertas de neve”, e “dormir em tendas ou a céu aberto”, acompanhados pelas estrelas ou, quem sabe, até “por auroras boreais”.

Por estranho que possa parecer, para participar não é preciso ter qualquer “experiência em actividades ao ar livre”. Antes pelo contrário. O objectivo é mesmo “dar às pessoas «comuns», com empregos «comuns», a hipótese de descobrir quão fantástica é a vida ao ar livre durante o Inverno” e demonstrar que “qualquer pessoa pode viver a aventura de uma vida” num lugar à partida tão inóspito como o Círculo Polar Ártico.

No final são seleccionados dois participantes de cada país/grupo – Suécia, Noruega, Finlândia, Dinamarca, Reino Unido, Alemanha, Estados Unidos, Hungria, Benelux (Bélgica, Holanda e Luxemburgo) e Outros Países (onde concorrem os portugueses). Metade dos participantes são decididos através do número de votos conseguidos, os outros dez são escolhidos pela organização.

Mónica tem estado sempre entre os primeiros lugares neste concurso a que, a uma semana do fim do período de candidaturas, já concorriam mais de 800 aventureiros (150 de Outros Países), números que podem ir aumentando até dia 12, a data final de candidatura e de votação.

Até lá, outros portugueses podem seguir as pisadas de Mónica e inscrever-se, basta preencher o formulário, integrar uma foto ou vídeo e escrever uma breve explicação sobre porque querem participar na competição organizada desde 1997 pela empresa sueca de equipamento outdoor. Os únicos requisitos para participar são ter mais de 18 anos e estar em boa forma física.

Mónica admite estar “estar cada vez mais longe do primeiro lugar”, posição que lhe daria acesso automático ao Fjällräven Polar, mas garante que “não vai desistir”. Até porque ainda poderá ser uma das seleccionadas pela organização, como aconteceu a Pedro Alves.

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