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Carlos Lopes

Etihad e TUI unem-se para criar nova low cost na Europa

Por Fugas

Ainda não tem nome, mas já muito se sabe sobre a nova companhia aérea de baixo custo. Com uma frota inicial de 60 aviões e bases de operações na Alemanha, Áustria e Suíça, será uma das maiores low cost da Europa.

Os dois gigantes das viagens Etihad (grupo de aviação sediado em Abu Dhabi e com participações minoritárias em várias companhias aéreas europeias) e TUI (com mais de 300 hotéis, 14 linhas de cruzeiros e seis companhias aéreas) uniram-se para criar “um novo grupo europeu de companhias aéreas de lazer”.

A empresa ainda não tem nome mas, segundo o jornal britânico The Telegraph, o projecto está a ser estruturado com o título provisório “Blue Sky” – nome de código que já tinha sido utilizado temporariamente pela British Airways antes de lançar, em 1998, a subsidiária low cost Go (entretanto adquirida, e absorvida, pela easyJet, em 2003).

O novo grupo deverá começar a operar em “Abril de 2017”, em pleno início da temporada de Verão do próximo ano, e vai estar sediado em Viena. O objectivo, avançam em comunicado, é “ligar os principais mercados turísticos europeus” através de “voos point-to-point” (sistema de transporte utilizado pelas companhias aéreas de baixo custo, com recurso a voos directos para os diferentes destinos, em vez do sistema hub, de distribuição de rotas a partir de um aeroporto principal, usado pelas companhias tradicionais).

De acordo com o comunicado conjunto, a nova low cost da Europa vai servir “uma ampla rede de destinos a partir da Alemanha, Áustria e Suíça”, com bases de operações em 12 aeroportos (Hanôver, Berlim, Düsseldorf, Colónia, Frankfurt, Estugarda, Munique, Nuremberga, Baden-Baden, Hamburgo, Basel e Viena). Entre os “mercados-chave” contam-se “as ilhas Baleares e Canárias, Espanha continental e Grécia”, revela ainda o documento.

O acordo firmado entre os dois grupos implica que a Etihad adquira 49,8% da companhia aérea NIKI à filial Air Berlin (na qual a Etihad tem uma participação minoritária), para que sirva de berço à futura empresa conjunta. Já a TUI entra no negócio através da subsidiária TUIfly (companhia aérea sediada na Alemanha), numa contribuição que inclui a “devolução” das 14 aeronaves da Air Berlin que actualmente opera sob um contrato de locação com tripulação incluída (wet-lease). Quando a transacção estiver concluída, a Etihad terá uma participação de 25% na nova companhia e a TUI 24,8%. Os restantes 50,2% serão geridos pela fundação NIKI Privatstiftung. O acordo, no entanto, ainda aguarda a aprovação das autoridades reguladoras da aviação.

No total, a nova companhia terá uma frota inicial de cerca de 60 aeronaves – constituída por Boeing 737 e Airbus A320 -, com capacidade para transportar 15 milhões de passageiros por ano. Números que farão da empresa a sexta maior low cost a operar na Europa, atrás da Ryanair, easyJet, Norwegian, Vueling e Wizz Air (sétima se contarmos com a turca Pegasus).

Para Nick Trend, especialista do The Telegraph no sector das viagens, a nova companhia “está a chegar um pouco tarde à festa das low cost” e assemelha-se a uma espécie de “relançamento da Air Berlin”. “Não me parece provável que venha revolucionar o mercado das viagens de baixo custo”, defende.

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