Fugas - dicas dos leitores

A Ronda de Amesterdão

Por Pedro Afonso

Neste Verão, optei por fugir da louca "corrida às praias" que se verifica anualmente no nosso país. Decidi-me por uma viagem à Holanda, na qual visitei algumas das encantadoras cidades que constituem este verdejante país. Sem sombra de dúvidas, Amesterdão foi a que mais me marcou.
Esta cidade, a mais bonita da Holanda, tem de tudo um pouco, ao contrário do que muitos poderão pensar. É pontuada por zonas mais tranquilas do que uma ilha deserta e zonas mais animadas do que qualquer outro ponto no globo. Assim, por mais diferentes que sejam as preferências dos vários visitantes, qualquer um encontra em Amesterdão uma urbe ao seu gosto.

A princípio, procurei divertir-me neste espaço repleto de lugares animados. Dirigi-me a Spui, pequena praça rodeada de bares, esplanadas, cafés e livrarias que se transforma nas noites de Verão. Sente-se um ambiente de convívio ao passar pelos muitos cafés apinhados de histórias e de risos.

Decidi mudar de ares e enveredar pelos canais de Amesterdão. Lado a lado com o canal Singel, fui guiado até ao mercado de flores, o Bloemenmarkt, então fechado por ser de noite. Ouvia-se música vinda de uma rua ali perto. Curioso, juntei-me aos grupos de pessoas que desciam em direcção a esse ritmo convidativo. Cheguei a Leidseplein, outra praça igualmente alegre, mas um pouco mais turbulenta do que Spui. Do lado esquerdo, encontrava-se iluminada por uma quantidade gigantesca de letreiros em néon colorido. Já do lado direito, enchia-se de vida com os seus bares e coffee-shops, cafés tipicamente fumegantes que se encontram um pouco por toda a cidade.

No dia seguinte, fatigado de tanta agitação, desejava apenas um pouco de serenidade. Bastou-me caminhar um minuto para chegar ao Reguliersgracht, um dos canais mais fascinantes da cidade. A azáfama do dia anterior tinha desaparecido e reinava a tranquilidade nas águas de Amesterdão. À medida que percorria o canal, aumentava o número de pontes em arco, cada uma mais bonita do que a anterior. Ocasionalmente, cruzeiros turísticos atravessavam o canal, agitando as suas águas por breves momentos. Tendo percorrido por completo o canal, virei-me e contemplei a dezena de pontes majestosas que deixava para trás.

Continuei o meu passeio no canal vizinho, o repousante Prinsengracht. Ladeado por edifícios singulares, as suas casas flutuantes criavam um ambiente confortável e seguro. Avistei ao fundo o Amstel, rio que outrora engrandeceu a cidade, tornando-a na perfeição que hoje é.
--%>