A princípio, procurei divertir-me neste espaço repleto de lugares animados. Dirigi-me a Spui, pequena praça rodeada de bares, esplanadas, cafés e livrarias que se transforma nas noites de Verão. Sente-se um ambiente de convívio ao passar pelos muitos cafés apinhados de histórias e de risos.
Decidi mudar de ares e enveredar pelos canais de Amesterdão. Lado a lado com o canal Singel, fui guiado até ao mercado de flores, o Bloemenmarkt, então fechado por ser de noite. Ouvia-se música vinda de uma rua ali perto. Curioso, juntei-me aos grupos de pessoas que desciam em direcção a esse ritmo convidativo. Cheguei a Leidseplein, outra praça igualmente alegre, mas um pouco mais turbulenta do que Spui. Do lado esquerdo, encontrava-se iluminada por uma quantidade gigantesca de letreiros em néon colorido. Já do lado direito, enchia-se de vida com os seus bares e coffee-shops, cafés tipicamente fumegantes que se encontram um pouco por toda a cidade.
No dia seguinte, fatigado de tanta agitação, desejava apenas um pouco de serenidade. Bastou-me caminhar um minuto para chegar ao Reguliersgracht, um dos canais mais fascinantes da cidade. A azáfama do dia anterior tinha desaparecido e reinava a tranquilidade nas águas de Amesterdão. À medida que percorria o canal, aumentava o número de pontes em arco, cada uma mais bonita do que a anterior. Ocasionalmente, cruzeiros turísticos atravessavam o canal, agitando as suas águas por breves momentos. Tendo percorrido por completo o canal, virei-me e contemplei a dezena de pontes majestosas que deixava para trás.
Continuei o meu passeio no canal vizinho, o repousante Prinsengracht. Ladeado por edifícios singulares, as suas casas flutuantes criavam um ambiente confortável e seguro. Avistei ao fundo o Amstel, rio que outrora engrandeceu a cidade, tornando-a na perfeição que hoje é.