Fugas - dicas dos leitores

Passeios de A a Z, o Mosteiro de Santa Maria de Alcobaça

Por Isabel Olivença

Estamos em crise. Ai Jesus, que se gasta muito dinheiro nas grandes viagens! Agora todos somos muito poupados e há até quem diga que já nem sai de casa...

Em minha opinião, estamos lixados, mas não acabados! E é assim que começa a nossa viagem por Portugal, de A a Z.

Ocorreu-me de imediato a palavra Alcobaça. A palavra e não a localidade, e não por ter um mosteiro, mas sim por ter associada a história de amor mais intensa e trágica deste país de brandos costumes.

Alcobaça está na mesma, pensei com os meus botões, depois de darmos uma volta de automóvel pela cidade. Nada de interesse a referir. E quando olhamos o mosteiro sentimos que este monumento está distante da cidade; muito acima dela, aliás.

O Mosteiro de Santa Maria de Alcobaça é a primeira obra plenamente gótica erguida em solo português. Foi começado em 1178 pelos monges de Cister. Está classificado como Património da Humanidade pela UNESCO e em 7 de Julho de 2007 foi eleito como uma das sete maravilhas de Portugal.

O exterior não revela a grandeza do interior. Mal entramos somos esmagados pela grande nave central, pela pedra nua e calcária, pela ala que nos leva em direção aos túmulos de D. Pedro I e D. Inês de Castro.

Um pouco de história, retirada e adaptada da Wikipédia, para nos situarmos:

D. Pedro I casou em 1336 com uma princesa castelhana - D. Constança Manuel. Devido a várias guerras entre Portugal e Castela, D. Constança só chegou a Portugal em 1339 e no seu séquito trazia a camareira Inês de Castro, que provinha de uma antiga e poderosa família nobre galega. D. Pedro I apaixonou-se por ela. Clic! Nada a fazer, a não ser viver essa paixão, primeiro de forma sigilosa e despois escandalosa.

Em 1345, Dona Constança morre catorze dias após o parto do seu filho sobrevivente, D. Fernando I. Perante esta janela de oportunidade D. Pedro passou a viver publicamente com D. Inês, nascendo desta relação três filhos. Mas o pai de D. Pedro I, o rei D Afonso IV, não era homem para brincadeiras e opôs-se obstinadamente a esta relação. Em 1355 condenou D. Inês à morte por alta traição.

Após subir ao trono, D. Pedro I vingou a morte da sua amada (dava um filme de terror, por isso vou passar à frente) e decretou que se honrasse D. Inês como rainha de Portugal. Quando em 1361 os sarcófagos estavam prontos, D. Pedro I mandou colocá-los na parte sul do transepto da Igreja de Alcobaça e trasladar os restos mortais de D. Inês de Coimbra para Alcobaça, sob o olhar da maior parte da nobreza e da população. No seu testamento, D. Pedro I determinou ser enterrado no outro sarcófago para que, quando o casal ressuscitasse no dia do Juízo Final, se olhassem nos olhos.

O Mosteiro de Alcobaça tem agora apontamentos de música - piano e canto. É lindo e é nosso.

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