Fugas - dicas dos leitores

REUTERS/Fatih Saribas

Istambul, cidade de mil e um encantos

Por Helder Taveira

Em Dezembro de 2012, decidi ir a Istambul, cidade que há muito tempo estava nos meus planos para visitar.

Cheguei à cidade pelas 22h. Fiquei instalado no hotel Ramada Grand Bazaar, que fica na parte antiga da cidade. O guia era simpático e com um nome difícil de pronunciar, pelo que para facilitar disse que o podíamos tratar por Dino. Disse-nos que a Turquia é um país seguro mas que àquela hora não seria conveniente andar por ruas pouco movimentadas.

Cheguei ao quarto, no 5.º andar, e ao longe via uma grande mesquita iluminada: Hagia Sophia.

Resolvi sair e caminhar cerca de uma hora. Passei por ruas pouco iluminadas e fui dar a uma zona com muitas lojas e restaurantes. Apesar da hora, via-se muita gente a passear pelas ruas a comer o típico döner kebap, literalmente “espeto giratório”, um prato nacional turco, feito de carne assada num espeto vertical e fatiada antes de ser servida. Nas montras viam-se doces com muito bom aspecto feitos com avelãs, amêndoa e ovos. Uma delícia, como depois comprovei.

Pelas 9h do dia seguinte, começámos por ir ao Hipódromo romano do qual apenas existe o obelisco Egípcio, construído cerca de 1500 anos a.C. e que foi trazido de Luxor, no Egito. O hipódromo foi aumentado pelo Imperador Constantino I e pensa-se que aí caberiam cerca de 100.000 pessoas sentadas.

Passámos depois pela ponte Gálata que une as duas partes europeias de  Istambul, atravessando o estuário do chamado Corno de Ouro. Reza a história que Leonardo da Vinci terá feito um dos projectos dessa ponte. Seguimos entretanto para a Mesquita Azul, assim chamada devido ao tom azulado dos milhares de azulejos que decoram o seu interior. É única entre todas as mesquitas otomanas por ter seis minaretes. Não foi bem aceite no mundo islâmico a sua construção por rivalizar com a mesquita de Meca, que também tem seis minaretes. Ao lado, fica a Mesquita Hagia Sophia ( Suprema Sabedoria).

E agora na estação onde parava o mítico Expresso do Oriente. Muito perto, está o hotel de luxo Pera Palace, construído para acolher os ilustres viajantes daquele comboio. O rei da Bulgária, Boris III, tinha o hábito de ir junto do maquinista quando o comboio atravessava a Bulgária. Clientes famosos do Pera Palace Hotel foram, entre outros, Aghata Cristie (ainda se pode visitar o quarto onde escreveu o livro Crime no Expresso do Oriente).

Como eu tinha vontade de conhecer a parte asiática de Istambul, o guia, que vivia do outro lado do Bósforo, explicou-me a forma de ir ao outro lado do estreito do Bósforo. Era só apanhar um táxi colectivo, os chamados domus. Duas colegas de viagem, a Maria e a Dália, também quiseram ir e lá fomos, juntamente com mais cinco turcos.

Ficámos surpreendidos com a modernidade daquela zona. O guia aconselhou-nos a ir à Rua Bagdad e assim fizemos. É uma rua com 9km de comprimento, cheia de lojas de marca e bons restaurantes. Parecia que estávamos numa das melhores ruas de qualquer cidade europeia.

No dia seguinte, fomos de novo com o guia e começámos pela Mesquita Nova, cuja construção se iniciou em 1597 e só terminou em 1663. Seguimos depois para o Bazar Egípcio das especiarias: havia especiarias de toda as qualidades e cores e o cheirinho inundava o espaço. E entretanto fomos fazer o cruzeiro pelo Bósforo. O passeio de barco permitiu ter uma vista sobre a margem asiática e europeia. O Palácio Dolmabache em toda a sua imponência é um regalo para a vista. As margens estão povoadas de belas mansões, muitas delas com o barco ancorado. A casa de férias de Mustafa Kamal, conhecido como Ataturk (pai dos turcos, que modernizou a Turquia com mão de ferro), ainda mantém o esplendor de outrora.

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