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Noruega, a única

Por Miguel Romana

A "impressionante" Noruega. "Em cada canto tem uma maravilha, um encanto, uma paisagem que julgamos ser única".

Há já algum tempo que queria conhecer a Noruega e este ano, após uma intensa planificação do percurso, parto de Faro para o Aeroporto de Rygge (Oslo).

Cheguei e pasmei-me com a sorte que me tinha calhado: estava um excelente dia de sol e 29 graus. Tomo então o autocarro para a Estação Central de Oslo, onde apanhei o comboio com destino a Bergen, naquela que é considerada uma das mais magníficas linhas ferroviárias da Europa.

As sete horas de comboio que ligam Oslo a Bergen, acumuladas com as quatro horas de voo, não cansam a quem faz a viagem pela primeira vez: quedas-de-água, montanha, neve, fiorde, lagos. Para chegar ao meu destino pelas 23h, numa bela noite de sol, e ter aquela sensação estranha de quem apenas estava na Noruega há umas horas e já tinha visto de tudo.

Na manhã seguinte explorámos Bergen. A segunda maior cidade da Noruega, rodeada por sete montanhas, não tem a mesma beleza se não for vista do alto do Monte Floi, de onde se chega através do histórico funicular Floibanen. Depois, claro, não se podia deixar de explorar Bryggen, o centro histórico de Bergen, estabelecido por mercadores hanseáticos por volta do século XIV. Hoje, Bryggen está repleto de lojas, restaurantes. A que mais me chamou a atenção foi uma loja de artigos de Natal, onde se encontra tudo para dar mais encanto àquela época. Depois de visitar o mercado de peixe, foi altura de alugar um automóvel e percorrer a primeira etapa pelos fiordes.

A primeira etapa foi Balestrand, estendida pelo Sognefjord, o mais comprido fiorde da Noruega, com cerca de 200 quilómetros. De Bergen a Balestrand são cerca de 3h30 e um ferry (Oppedal-Lavik). Decidimos não tomar o caminho mais rápido, mas aquele que circunda todo o Sognefjord. Posso dizer que Balestrand foi o local mais mágico onde terei passado nos últimos anos. Com uma paisagem única sobre o fiorde e as montanhas com neve lá no alto, o único movimento que se via era o ferry que liga Dragsvik a Vangsnes, que, lá ao fundo, atravessava o fiorde.

No dia seguinte, partimos de Balestrand com o percurso mais longo que nos esperaria, com destino a Geiranger. O percurso incluía uma viagem na espectacular Gaularfjellet (onde a estrada serpenteia a montanha, com várias quedas de água, neve e riachos), uma passagem pelo lagos Jolstravatnet e pelo Innvikfjorden, até chegar ao glaciar de Briksdalsbreen. A sensação de estar junto ao glaciar é única, levando-me a pensar que grande parte do meu objectivo de viagem estava cumprido. Contudo, ainda não estava concluído e ao final da tarde retomámos o caminho de automóvel para Geiranger, através das estradas E15 e E63 em grande parte rodeadas pela neve, que obrigavam a algumas paragens para tirar fotos.

A terceira noite foi passada em Geiranger, com uma vista espectacular para o Geiragerfjord, considerado por muitos o mais espectacular fiorde da Noruega. A vista do alto é deslumbrante e já no dia seguinte foi possível ter uma perspectiva ainda melhor da grandiosidade do fiorde. Após deixarmos Geiranger, rumámos a Trollstingen, paragem obrigatória para apreciar a impressionante estrada. Mais impressionante que vê-la, foi depois descê-la de carro, já no caminho para Åndalsnes. Deste local, apanhámos a estrada para Molde, circundando Romsdalfjord. Molde é uma cidade calma, simpática, com um panorama extraordinário sobre o fiorde. Passámos a noite em Molde e rumámos, de manhã, para Trondheim, tendo para tal passado pela famosa Estrada do Atlântico (construída sobre várias ilhas junto ao mar), onde, após um café, seguimos para almoçar em Kristiansund.

Tendo evitado a estrada principal para Trondheim, decidimos apanhar o pouco-movimentado ferry Seivika-Tommervag e seguir pela estrada 680, que junta diversas ilhas, passando por Aure e Orkanger, até Trondheim, onde devolveríamos o automóvel e ficaríamos duas noites. Naquela que já foi a capital da Noruega durante a época viking, não deixámos de visitar a imponente Catedral de Nidaros, o típico bairro de Bakklandet, bem como a ilha de Munkholmen (antiga prisão), que foi a última paragem a norte, com a promessa de regressar um dia e continuar viagem até ao Cabo Norte.

Regressámos de comboio para Oslo, atravessando o centro da Noruega, em mais um bonito dia de sol, apreciando a paisagem deste país tão verde. Na última tarde, ainda houve tempo para passear pela capital da Noruega: o Castelo e Fortaleza de Akershus, o Palácio Real e o Frogner Park foram pontos imprescindíveis.

A Noruega foi o país mais impressionante que visitei. Em cada canto tem uma maravilha, um encanto, uma paisagem que julgamos ser única. Voltei da Noruega com a promessa de que voltarei. Em breve, espero, porque me recordo de cada um dos quilómetros percorridos e quero viver todos aqueles que faltam percorrer.

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