Fugas - dicas dos leitores

Rui Gaudêncio

Pelos caminhos de Setúbal e Tróia

Por Augusto Küttner de Magalhães

Um passeio por Setúbal e arredores, por entre os monumentos naturais e construídos.

Minha mulher e eu, em férias, chegámos domingo, 10 de Agosto, a Setúbal. Tomámos um bom café e deixámos o automóvel junto ao pequeno hotel onde íamos ficar, e ida a pé até Av. Luísa Todi, depois até à beira mar e ida de catamaran até Tróia. Viagem, agradável e rápida. Alguns emigrantes tendo que dar nas vistas a falar muito alto, na língua da terra onde estão a trabalhar, misturado com português, e a mostrar-se com dinheiro. Chegados a Tróia, espaço limpo, bem cuidado, uma passeata a pé à beira praia, depois junto ao casino, a ver a nova forma como foi substituído o que havia sido a Torralta. Muitas pessoas por todo o lado, turistas portugueses e estrangeiros. Regressámos duas horas depois com o mesmo bilhete, viagem perfeitamente comportável por um dia, para vários seguidos, não será fácil economicamente.

Segunda-feira de manhã, ida ao posto de Turismo, dado na véspera estar fechado, onde muito simpática e profissionalmente fomos atendidos, onde nos foi facultado um mapa em condições de Setúbal, e várias indicações do que visitar lá e nos arredores, mas, por ser segunda-feira, não sendo possível fazê-lo a museus. Um café bem tomado no centro, visita à Igreja de S. Julião muito bonita e bem conservada.

De automóvel uma volta pela Serra da Arrábida, Parque e depois a pé, dado entre as 09h00 e as 19h00 ser suposto não haver circulação de automóveis – mas, vá-se lá saber porquê, não sendo “a regra para todos” – até ao Portinho da Arrábida. Muita gente, água muito límpida, alguns barcos pequenos de recreio, ao largo.

Regresso pela Pousada de São Filipe, instalada num ponto elevado com uma vista soberba sobre Tróia e Setúbal, numa fortaleza que foi mandada construir pelo “nosso” Filipe I para protecção de invasões a Setúbal, via marítima. Um belo edifício com uma Pousada, mas podendo ser livremente visitado, como fizemos.

Como por todo o lado neste nosso país, em Setúbal e arredores se nota uma total falta de policiamento de proximidade, o que implica um cada vez maior desrespeito pelas regras bases de condução automóvel, estacionamento, e até por qualquer lado e a qualquer hora muitas pessoas se servem da via pública como urinol, com o consequente mau aspecto e cheiro!

Terça-feira, último dia em Setúbal, visita ao Mercado de Vermonte, que ocupa um quarteirão completo, próximo ao mar, muito bem recuperado e melhor conservado, com bancas variadas de produtos alimentares frescos e claro, muito peixe. À entrada e no extremos interior oposto, azulejos com pinturas alegóricas a antigas profissões de mar e terra, feitos em 1930. De seguida, Museu de Setúbal onde haviam sido as instalações do Banco de Portugal, e agora muitíssimo bem aproveitadas com Arte Contemporânea, e uma exposição doada à cidade de esculturas de Virgílio Domingues, Antimonumentos, tudo à responsabilidade do Município de Setúbal.

Visita ao Museu de Etnografia com interessantes histórias sobre os primórdios do homem na Península de Setúbal.

Por fim, Museu do Trabalho, localizado onde havia sido uma Fábrica de Conservas de Peixe, com todo o historial desta, bem como, noutro piso, todo o espólio e configuração de uma Mercearia, que foi doada ao museu pelo seu proprietário, a Mercearia Liberdade. Muito curioso vermos ali, num Museu, algo que conhecêramos do nosso quotidiano e que hoje já é memória, já é História, para ver e lembrar, se não é esquecida, como tanto hoje esquecemos.

E ainda antes de deixarmos Setúbal visitámos o Museu de Bocage, muito difícil de encontrar por péssima sinalização, só sendo possível graças a uma pessoa da terra que nos levou quase à porta. Espaço pequeno com evidentes referências a Bocage, muito interessante, quer com humor, que pela faceta mais séria.

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