A Revolução Cubana é a mãe destas mulheres prostitutas que, sendo simultaneamente médicas, enfermeiras, engenheiras, advogadas e arquitectas, só não o são a tempo inteiro para poderem ganhar mais de 20 dólares por mês.
Cuba é provavelmente um dos países mais igualitários (social e economicamente) que conheço, mas é também um dos países mais pobres onde algum dia já estive. É a igualdade na fome.
Cuba é o lugar onde homens e mulheres são, ainda hoje, perseguidos por falarem com gente como nós. Um lugar cheio de charme e de polícia, onde gente comum prefere morrer de curiosidade em conhecer “o homem branco” a ser preso por falar com estrangeiros em público.
Apesar de todas estas “limitações”, tivemos a sorte de conhecer toda esta gente, de os ouvir, de oferecer a um uma Time de Abril com Cuba em destaque, de discutir política, de comparar desenvolvimentos, de questionar modelos e ideologias.
Cuba é um lugar proporcionalmente pobre e fascinante. Cuba é o lugar onde propaganda dos anos 1960 ainda perdura em outdoors nas esburacadas estradas da ilha. Cuba é o lugar onde se esquece o tempo para se viver o lugar e a sua gente.
Trouxe um postal com um velho de boina. Tenho-o fixado na secretária do meu escritório em Londres. Assim, nunca me esquecerei da nossa viagem a Cuba.
