A próxima paragem seria Agrigento, com os famosos templos de Hercules e da Concórdia, sendo este uma cópia do Pártenon de Atenas, embora mais pequeno.
Património Mundial da UNESCO, e fundada pelos gregos, chegaram a viver nesta cidade e no vale onde estava implantada cerca de 100 mil pessoas. Foi completamente devastada no séc. V a.C. pelos cartagineses. Aqui se sacrificavam todos os anos 100 bois, daí a expressão hecatombe, como alusão a uma grande mortandade, carnificina.
Na chegada a Catânia, uma primeira desilusão: não conseguimos quarto com vista para a montanha do Etna. Catânia é uma cidade moderna e arejada mesmo no sopé da montanha do vulcão.
Depois do pequeno-almoço, seguimos montanha acima. Foi a segunda desilusão: o nevoeiro não deixou ver e escondeu a beleza do Etna. Ainda subimos de teleférico até à altitude de 2600 metros, mas o nevoeiro teimava em não desaparecer!
Taormina foi o destino que se seguiu — impressionante o seu Teatro Greco-Romano. Quando as condições meteorológicas o permitem, pode ver-se a montanha do Etna. Tinha capacidade para 5 mil pessoas e aí se realizaram muitas lutas de gladiadores.
No dia seguinte acordámos com um sol esplendoroso. Subi ao terraço do hotel e finalmente pude apreciar a imponente montanha do Etna. Seria um dia ideal para a subida mas não foi possível, Siracusa, terra onde nasceu Arquimedes e onde viria a morrer em combate com os romanos, estava já à nossa espera.
Ortigia é o verdadeiro coração de Siracusa. Está ligada à cidade por meio de três pontes. Aqui é possível ver o que resta do Templo de Apolo, construído no século VI a.C..
Foi aqui que Arquimedes terá usado os famosos espelhos para incendiar os navios romanos. Vale bem a pena perdermo-nos pelas ruelas estreitas e imaginar, num qualquer beco, Arquimedes envolvido nas suas experiências de criar artefactos para derrotar os romanos.
O tempo escasseava e tínhamos de continuar para Noto. Impressiona o Barroco tardio, estilo usado na reconstrução após o terramoto de 1693 que assolou a cidade.
Não podíamos terminar a viagem sem visitar Cefalú. Um povoado pitoresco, bem junto ao mar Tirreno. Em tempos, terá sido aliada dos Cartagineses na guerra contra Siracusa. A catedral, estilo árabe- normando, é bonita e merece sem dúvida uma visita.
A viagem estava a chegar ao fim. Jantámos e pela primeira vez fiquei na mesa de uma senhora espanhola já a passar dos 80 anos. Olhar sereno, bem-disposta. Dizia: “Com pena minha, não viajei quando era nova, agora não paro!”