Chegada a Roma, o tempo era pouco para uma visita à cidade eterna e, de imediato, apanhámos a ligação para Palermo. No hotel, bem no centro da cidade, já estavam muitas das pessoas que seriam os companheiros de viagem naquela semana. Do grupo faziam parte portugueses, espanhóis, mexicanos, argentinos e australianos.
No dia seguinte, logo pela manhã, começava a viagem há muito esperada. Depois de uma rápida passagem pela zona balnear nas proximidades de Palermo, chegámos a Mondello, pequeno povoado com casas em estilo arte nova, a que na Sicília chamam liberty. Seguimos para o Monte Pelligrino com vista soberba sobre Palermo, onde se encontra a Gruta de Santa Rosália, em homenagem à monja com esse nome que habitou nessa gruta. Segundo reza a tradição, a ela se deve o milagre de ter terminado a peste que assolou aquela ilha em 1624, matando muitas pessoas. A 4 de Setembro de cada ano, mantém-se ainda a tradição de caminhar de pés descalços de Palermo até ao Monte Pelegrino em devoção à santa padroeira.
Passámos depois por Monreale, com a bela catedral, considerada como 8.º maravilha do mundo, por guardar no seu interior maravilhosos mosaicos, únicos pela sua beleza e majestosidade.
O Palácio Real de Palermo, também conhecido como Palácio dos Normandos, Património Mundial da UNESCO, é a sede da Assembleia Regional Siciliana. No primeiro andar, surge a Capela Palatina, edificada a partir de 1130. Uma verdadeira jóia da arquitectura árabe-normanda, um tesouro que é uma mistura de culturas e religiões, a Capela Palatina foi construída por vontade do Rei Rogério II, após sua coroação. Para a realização da capela, foram encarregados mestres da arte bizantina, islâmica e latina, e o que impressiona é o modo como esses estilos se fundem em modo harmonioso.
No dia seguinte, esperava-nos Érice. Devido à sua situação estratégica, foi o centro de repetidas lutas entre cartagineses e romanos, que a tomaram definitivamente em 241 a.C.
Do alto do miradouro, junto ao Castelo de Vénus, num dia claro é possível ver a costa tunisina. No sopé de Erice fica a cidade Trapani, que actualmente não é mais do que uma cidade dormitório, mas que em tempos foi uma cidade famosa e muito disputada nas guerras púnicas.
A caminho de Selinunte parámos numa casa de turismo rural, onde fomos brindados com um almoço que foi uma verdadeira degustação de comida típica siciliana. Não faltaram as massas, saladas, azeitonas, alcachofras, carnes grelhadas e muitos, muitos queijos.
Selinunte, Património Mundial da UNESCO, é de facto um regalo para a vista. Considerada a maior zona arqueológica do Mediterrâneo, com o primeiro assentamento no século VII a.C.. Colunas dóricas adornam os belos monumentos ainda erguidos na sua imponência a e fazem-nos sonhar como seriam na altura em que a cidade era habitada.
Em tempos foi uma das maiores cidades da Magna Grécia. O nome vem de Selinus, “aipo selvagem”. O general cartaginês Aníbal, em 409 a.C., em ajuda ao povo de Segeste, então rival de Selinunte, destruiu por completo Selinunte.