Fugas - dicas dos leitores

De Banguecoque a Krabi

Por João Tiago Oliveira

Voámos de Banguecoque, aterrámos em Krabi. A procura dos templos e das cidades imperiais destruídas tinha rebentado connosco. 36º de temperatura média, altas humidades e uma metrópole sempre a chamar por nós. É uma intensidade que não se procura, recebe-se! E nós não fomos capazes de a negar. No entanto, agora era tempo de maior tranquilidade. Por isso, fomos para Krabi, no Sul da Tailândia.

A escolha de Krabi recaiu sobretudo pela proximidade às ilhas Phi Phi. No entanto, aquela intensidade de turistas mantinha-se: praias cheias, barcos a correr de um lado para o outro, restaurantes cheios, e um calor tórrido e húmido, que nos amolece. Mas a Tailândia tem destas coisas: “Descobre-me! Descobre-me!”. E lá íamos nós, levantávamos logo pela manhã, prontos a descobrir mais alguma coisa.

E eis que descobrimos as ilhas Hong. Tínhamos alugado um barco, mas o marinheiro nem sabia falar inglês. Simpático e sempre pronto a responder “It’s up to you!” às perguntas mais complexas que lhe fazíamos. De Krabi até ao complexo de ilhas esperou-nos uma viagem de cerca de uma hora, pelo mar calmo de Andamão. Aqui e ali passava um iate ou um barco na direcção oposta.

A primeira paragem foi exactamente na ilha Hong. Atracando, pegámos nos óculos de mergulho e atirámo-nos ao mar, numa baía logo ao lado. Os corais mais próximos da praia já estavam todos destruídos, mas mais ao fundo, onde só os mais hábeis conseguem mergulhar, vislumbra-se a maravilha que o lugar nos tinha para dar. Uma golfada de ar nos pulmões e mergulhava até ao fundo, onde durante alguns segundos conseguia estar com os cardumes de peixes coloridos, atuns e outros entes queridos.

Where is our next stop?”. “It’s up to you!”, dizia ele. Era melhor avançar. Em quinze minutos o marinheiro levou-nos para o meio da ilha, Blue Lagoon. Um metro de água, azul, límpida, embutida em escarpas de arvoredo suspenso. Que maravilha! Mais que desfrutar da paisagem, tirámos os coletes de segurança e fomos para a água. O nosso guia também não ficou parado. Começou a tirar amêijoas do fundo da areia.

Aqui começámos a ganhar confiança nele. O que é que vem a seguir? Já tínhamos gasto meio dia e nem almoço tínhamos levado. Apenas uns biscoitos do pequeno-almoço e umas mangas e ananases. Não há bares de apoio à praia. A quantidade de turistas também era bem menor do que em Ao Nang (principal praia de Krabi) e Phi Phi. E cada vez se desvaneceu mais até que ninguém nos seguia.

O nosso marinheiro levou-nos então ao paraíso — Koh Phak Bia. A primeira vez que estávamos sem ninguém. Apenas uma língua de areal e uma árvore que permitia pendurar um baloiço. Eu não sabia que isto podia existir no mundo! Neste momento parei. As palavras secaram e aproveitei o momento!

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