Fugas - dicas dos leitores

Alexandra Moreira da Costa

Continuação: página 2 de 2

Nova Iorque, uma cidade do mundo

Independentemente de tudo isso, e do grande número de sem abrigo na cidade, não há muitos que peçam dinheiro em troca de nada. Uma canção, uma reprodução falsificada das capas da New Yorker, uma indicação turística, um sorriso… todos têm algo para oferecer em troca de um dólar.

Depois temos a Broadway, aquele lugar tão cheio de luz, onde a música se confunde com a vida. De repente, vivemos num musical e passeamos pelas ruas a cantar as canções que ouvimos toda a vida, mas que ali fazem sentido e soam mais verdadeiras. E, como num musical, numa rua paralela, noutro teatro imponente, somos recebidos por pessoas simpáticas de blazer amarelo que nos convidam a assistir a uma missa gospel. Quando a música começa e o pano sobe, a fé desce sobre aquele público, claramente assíduo. Mesmo com legendas como no karaoke, as pessoas cantam de olhos fechados, com força, erguem os braços ao céu e entregam-se. A nossa atenção desvia-se do espectáculo em si para os fiéis. Depois começa o sermão que pode ser assustador para europeus, tão habituados a sermões monocórdicos.

Finalmente, visitar NY não seria a mesma coisa sem passar em Times Square, aquele sítio onde somos assíduos em todas as passagens de ano, através da caixa mágica. Onde nos podemos sentar horas a observar todos os anúncios luminosos da Broadway sem nos cansarmos e, mesmo assim, descobrirmos sempre mais um. Aquele sítio onde é sempre dia, mesmo em noites sem lua.

 

 

--%>