Cerca de 330 mil habitantes, dois terços só na capital, Reiquejavique, habitam um território maior que Portugal Continental. O resto é paisagem… Sim! Mas é a Islândia!
O “segredo mais bem guardado do mundo”, como o país era conhecido, desvenda-se a cada curva da estrada e actualmente são já muitos os que procuram descobrir o que a Islândia tem de especial.
Estamos numa ilha ainda jovem, geologicamente falando, que continua a crescer. O manto terrestre nesta zona do planeta é mais fino, permitindo que o magma, ocasionalmente, suba à superfície e este, ao solidificar, vá criando nova terra. Vulcões activos mantêm este ciclo.
Aliás, não fosse a erupção de um vulcão que tem um nome quase impronunciável, Eyjafjalljökull, diz-se “eia-fiátla-iocutl”, ter paralisado a Europa durante dias e ter posto a Islândia nas bocas do mundo, a ilha seria ainda um tesouro meio secreto.
Qual a melhor altura do ano para se visitar a Islândia? Esta é a pergunta mais recorrente.
No Verão (Maio a Julho), porque as estradas já estão transitáveis, estas são menos perigosas e pode percorrer-se a estrada Hrinvegur – Ring Road — que tem perto de 1400km de comprimento e que dá a volta completa à ilha, sempre muito próxima da costa e ligando as principais cidades. As paisagens estão verdes, as temperaturas mais amenas, o céu mais azul e os dias são maiores. No Inverno não se consegue percorrer a totalidade da Hringvegur, o tempo é incerto, está mais frio (embora as temperaturas nunca desçam muito para além dos -5º), mas é nesta altura que a Islândia mostra a sua verdadeira alma como terra de fogo e de gelo.
No pico do Inverno (Novembro a Janeiro), a Islândia é inóspita, mais própria para aventureiros mas, conforme o Inverno se vai suavizando, a luz do sol vai conquistando a terra. A partir de finais de Fevereiro consegue-se ter o melhor dos mundos e ainda em altura de se conseguir ver as auroras boreais. Assim, apostámos ir na primeira semana de Março, prenúncio de Primavera. Claro que o tempo seria sempre uma incógnita mas os ventos da Islândia sopraram a nosso favor. Tivemos chuva e frio, mas um sol espectacular acompanhou-nos em grande parte da viagem, proporcionando imagens simplesmente incríveis das paisagens islandesas.
E ainda tivemos o privilégio de admirar as auroras boreais dois dias seguidos!
Nesta altura do ano já se consegue ter perto de dez horas de sol e quando este se põe a sua luz ainda brilha durante bastante tempo, espalhando um dourado difuso na terra e no céu. Dizem as lendas que é quando os seres invisíveis que habitam as profundezas dos vulcões, os gnomos e os elfos espalham a sua magia pela terra.
E talvez seja verdade....