Fugas - dicas dos leitores

Adriano Miranda

Bracara Augusta, catedral das corridas

Por Maria de Lurdes Gonçalves

A Rampa da Falperra era o motivo perfeito para visitar a “Catedral das Corridas”. Fomos até Braga.

Os nossos olhos cada vez mais se encantam com o que é genuíno e confesso que o Norte nos agrada!

Alojámo-nos num hotel despretensioso na avenida da Liberdade. Boa escolha.

Vias largas, comércio tradicional de porta aberta a esbanjar elegância, simpatia e conversa afável. Pormenores primorosos vão prendendo a nossa atenção. O ambiente é sereno, em harmonia com o cair da tarde calmo, mas os espaços abertos vibram. Esplanadas repletas de gentes, famílias em amena cavaqueira, crianças que se espraiam à vontade em brincadeiras e risadas divertidas. Os passeios largos de canteiros floridos para caminhadas lentas de fim de dia ombreiam com adeptos de ginásio que vislumbramos através de paredes foscas e envidraçadas. Reparamos nos edifícios bem preservados: os séculos da pedra, a tradição dos azulejos, a variedade da cor, a beleza da arquitectura.

Vale a pena ficar um pouco na Praça da República e deambular pelas ruas e ruelas até à Sé, sim, a Sé de Braga. A tal que serve de comparação para tudo o que é muito, muito antigo! Encontramos diversas igrejas com fachadas belíssimas, marcas do domínio de arcebispos numa cidade com mais de dois mil anos.

No Largo de Santa Cruz há muito para ver. Demora-se o olhar pelos recantos… Por aí nos quedámos para petiscar. Sítios recomendáveis não faltam, mas este correspondeu às expectativas: fresco, com alma, música ambiente do nosso agrado e espaço suficiente entre quem está. Já não procuramos refeições de prato cheio no final do dia. Agora chamam-lhe tapas, mas nós gostamos mesmo de petiscos! Dos cornetos do mar e folhados de morcela com maçã às pataniscas de bacalhau (fofinhas) com molho de maionese de salsa e bochecha com puré de castanhas — para que saibam, estava tudo muito bem! Quando a delicadeza se alia a qualidade e sentido prático, temos receita infalível.

Foi isto que sentimos na bela cidade de Braga. A mítica Rampa da Falperra esperava por nós. Como chegar? Fácil. Sair do hotel, atravessar a avenida, prevenir-se com um pequeno-almoço de aromas frescos e entrar num autocarro que por um euro nos leva e traz, passando pelo Bom Jesus e Sameiro. O nosso grupinho de duas gerações, adepto do desporto automóvel com tendência para valorizar a paisagem natural, apreciou tudo a que tinha direito, prego a fundo! A adrenalina das velocidades e o fervilhar das máquinas, o espectáculo, os comentários carregados de humor brejeiro dos aficionados…

Sobrou-nos ainda tempo para perceber que a cidade tem orgulho no seu riquíssimo património e está atenta ao plano cultural e turístico. Braga convida-nos a voltar, de tão bem que está e nos recebeu!

 

 

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